Foi aberta na sexta-feira (31), em Berlim, na Alemanha, a IFA 2007, feira de eletrônicos que exibe tendências e uma prévia do que está por vir no mundo da tecnologia eletrônica. Especialistas estimam que os televisores e PCs sejam as principais atrações para os visitantes até a próxima quarta-feira (05). São mais de 1.200 expositores, vindos de 32 países.
Entre os produtos demonstrados na feira, estão dois da Philips que chamam a atenção, um pela singularidade e outro pela utilidade: um cartão de memória adornado com diamantes falsos e um disco com tecnologia Blu-Ray que pode ser utilizado para gravação de arquivos de mídias digitais. No ramo das televisões, a empresa Fashion Inovation apresenta uma jaqueta com receptor de TV, enquanto a fabricante de eletrônicos coreana ToyTi aposta em uma televisão sem fio com capa de zebra.
Pele eletrônica
Estruturas eletrônicas flexíveis com o potencial de se curvar, expandir e serem manipuladas como equipamentos estão sendo desenvolvidas por pesquisadores do Departamento de Energia do Laboratório Nacional de Argonne e da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, nos Estados Unidos. Essa tecnologia poderá ser útil em aplicações como sensores e equipamentos eletrônicos integrados em músculos artificiais ou tecidos biológicos.
As estruturas foram extraídas de um conceito criado pelo cientista Yugang Sun, em conjunto com um time de pesquisadores da universidade, liderados por John A. Rogers. “Eletrônicos flexíveis são tipicamente carac-terizados por conduzir líquidos baseados em plástico, que podem ser impressos em superfícies finas e dobráveis”, disse Sun.
“O objetivo de nosso trabalho era gerar uma tecnologia subseqüente que permita que ondas eletrônicas e circuitos estiquem como borracha, gerando coberturas com sensores para aeronaves e robôs, e até mesmo próteses de pele para humanos. Nós já estamos desenvolvendo eletrônicos que podem ser esticados e sensores para luvas cirúrgicas”, explicou Sun.
A equipe de pesquisadores teve sucesso ao fabricar finas faixas de silício desenhadas para curvar, esticar e se comprimir como uma sanfona sem perder sua habilidade de funcionamento. Sun planeja expandir a pesquisa para o foco em aplicações de outros sensores biológicos e químicos.
No Japão, bateria de papel
Cientistas da Universidade de Waseda, no Japão, criaram uma bateria de polímero mais fina que uma folha de papel, que poderá revolucionar a indústria dos eletrônicos portáteis - setor que segue a lógica do “quanto menor, melhor”. A espessura da novidade é de 200 nanômetros, sendo que um nanômetro representa a milionésima parte do milímetro.
A bateria consiste em um filme de polímero orgânico ligado a um radical nitróxido que age como carregador, segundo a publicação da Sociedade Real de Química (RSC).
“Leva apenas alguns minutos para carregá-la”, afirmou o pesquisador Hiroyuki Nishide, lembrando que ela pode durar mais de mil ciclos (carga e descarga completa). O cientista não especificou, no entanto, qual o tempo de duração de cada carga. O pesquisador acredita que a novidade poderá ser comercializada no período de três anos.
Na Espanha, avião à pilha
Oito universidades e empresas espanholas desenvolveram com a Boeing um avião elétrico, alimentado apenas por células de combustível - aparelhos que funcionam de modo similar a uma pilha - e baterias. A expectativa é que os primeiros vôos experimentais ocorram ainda neste ano, na Espanha.
A fase de integração de sistemas do avião foi iniciada em 2003 no Centro Europeu da Boeing, em Madri, e terminou recentemente, disse o responsável de Tecnologias Ambientais do centro, Nieves Peña.
O protótipo tem 16,3 metros de envergadura e poderá voar a uma velocidade de cruzeiro de 100 km/h, graças a um sistema híbrido de potência no qual a célula de combustível de Membrana de Troca de Prótons (mais conhecida pela sigla inglesa PEM) proporciona a energia para a fase de cruzeiro.
As baterias de lítio entram em funcionamento nos momentos de maior necessidade energética, a decolagem e ascensão.
As células de PEM, segundo Peña, não produzem emissões e fazem menos barulho que os conhecidos motores impulsionados por hidrocarbonetos.
O grupo Aerlyper, de Madri, ficou res-ponsável pelas modificações na estrutura do avião; a Air Liquide España, pelo desenho e montagem de combustível a bordo e pela estação de reabastecimento; e a Senasa fornecerá as instalações para os vôos de teste, no município de Ocaña, na província espanhola de Toledo.

