Feliz 2016 - Show de Bola

Por César Augusto

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Pode esquecer 2015. Nem começou direito e… já era. O ano vai ser tipo um intervalo de jogo. Um tempo para um descanso pós-Copa, para recuperar a energia e curtir os Jogos Olímpicos.

Pensando assim, tomara que 2016 seja melhor do que esse ano que ficou para trás. Passamos, em 2014, a maior vergonha esportiva da história. Aqueles 7 a 1… Foi tão marcante que não precisamos falar mais nada para saber exatamente a que estamos nos referindo. Não precisamos falar que foi naquele jogo contra a Alemanha, não precisamos falar que foi em uma partida da Copa, não precisamos falar nada. Só 7 a 1 e já sentimos uma imensa vergonha.

E como é engraçada a vergonha do torcedor. Sentimos como se estivéssemos em campo, como se parte da culpa fosse nossa. Como se não tivéssemos marcado direito ou tivéssemos perdido um pênalti que valeria 6 gols e emparataria o jogo, levando a decisão para a prorrogação. Hora de tentar pensar no futuro e deixar esse passado sombrio em algum canto menos sofrido da memória.

O problema é que estou bem pessimista em relação a 2016. Acho que o Brasil vai ganhar medalhas, vai ganhar alguns ouros, vai comemorar, vai festejar e essa festa vai ser mais do que válida. O problema é que a vergonha ficará meio que escondida. O Brasil não desenvolveu nos últimos anos um programa sério em relação ao esporte. Falta muito para conseguirmos nos tornar grandes, para conseguirmos nos comparar aos Estados Unidos, por exemplo. Dois exemplos que demonstram bem isso. Um deles foi em um torneio de salto com vara em Reno. O ginásio tinha, se não me engano, 18 colchões. O comentário de um atleta brasileiro assim que chegou e viu aquilo. “Cara, se juntarmos todos os colchões que temos no Brasil não conseguimos fazer isso. Não temos 18 colchões lá”.

Outro exemplo, o campeonato mundial de ginástica de trampolim. Uma atleta me falou, “como seria legal se tivéssemos um trampolim desses no Brasil”. Não entendi direito o comentário e perguntei se os que tínhamos no Brasil eram muito diferentes.

“Só temos um e é igual a esse. O problema é que não tem manutenção e as molas já estão todas estragadas. Um atleta mais pesado bate no chão quando faz o salto e se machuca todo”. Ou seja, a vergonha dos 7 a 1 acontece em todos os esportes. Não aparece, fica debaixo do tapete, mas está lá. Os atletas? Esses são heróis. Sei que muita gente não gosta do termo. Acha que chamar de herói é exagero, que o cara é só um praticante de alguma modalidade esportiva. Não concordo. O atleta é um cara apaixonado pelo esporte, um cara maluco que enfrenta todas as dificuldades para viver essa paixão. E se um brasileiro ganha uma medalha, em qualquer torneio internacional? Esse é quase um ET.

Nos resta torcer e vibrar, para que os ET’s brasileiros consigam algo inexplicável e que, com isso, outros ET’s surjam. Até que um dia, surja um ET com poder para desenvolver um projeto sério, melhorar a estrutura do esporte brasileiro e que a gente pare de ter medo da vergonha anunciada.

AVALIAÇÕES DA SEMANA As avaliações de hoje são do ano todo e não só dessa última semana. Vamos lá: BOLÃO Rubens Barrichello Quarentão, ele conquistou o título da Stock Car. Ganhou provas, mas nunca foi campeão na F1. Rubinho é, na minha opinião, um belíssimo piloto. Merecia um título nessa reta final de carreira. BOLACHA UFC O ano para os brasileiros não foi dos melhores, mas isso não muda muita coisa. 2015 está aí e voltaremos a ter brasileiros donos de cinturões. BOLINHA Seleção Brasileira de Futebol O que fizeram na Copa, que chamaram de apagão, foi ridículo. Feliz Ano Novo a todos vocês e que 2015 passe rapidinho, para podermos viver todas as emoções de 2016.