Férias de brasileiros na Disney vira dor de cabeça

Por Marisa Arruda Barbosa

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O que era para ser a realização de um sonho para um casal de brasileiros, acabou em dor de cabeça e o sentimento de descaso.

O brasileiro Jean Carlo Souza, de 39 anos, e sua esposa, Suely Cunha, foram com um grupo de turistas para Orlando para uma típica visita a parques da Disney e compras em outlets, no início do mês de setembro. Três dias depois da chegada, Jean percebeu a falta de parte do dinheiro que havia deixado dentro do cofre do hotel em que ficou, dentro da Disney, no Port Orleans Resort, em Riverside. Ele chamou a segurança do hotel, a polícia, e voltou para o Brasil no dia 14 com a sensação de impotência por não se comunicar em inglês, descaso por parte do hotel e férias perdidas.

Jean conta que deu entrada no hotel no dia 3 e colocou o seu passaporte e de sua esposa no cofre do quarto junto com o dinheiro. No dia seguinte, antes de sair para os parques, conforme roteiro da agência de turismo, ele conferiu novamente o dinheiro e tinha em espécie o valor total de $6.483 dólares, dos quais ele tirou $483 dólares para gastar ao longo do dia. Caso fizesse compras em outlets, decidiu que usaria o cartão de crédito.

“Na quinta-feira, dia 6 de setembro, estava em meu quarto quando um amigo meu com a

esposa veio nos chamar para sairmos juntos para o jantar e ele comentou que parecia que tinha faltado dinheiro dele no cofre”, conta Jean, que vive em Florianópolis (SC), onde tem uma empresa de móveis. “Foi quando eu resolvi dar uma olhada no meu dinheiro. Ao tentar abrir o cofre, o estojo de abertura saiu inteiro. Assustei-me e fui conferir o dinheiro que estava dentro”.

Segundo o seu relato, Jean percebeu que estava faltando 13 notas de $100 dólares, ou seja, $1,3 mil dólares a menos do total que mantinha dentro do cofre.

“Imediatamente chamei o pessoal da agência (de viagens), que enviou um rapaz para me auxiliar na conversa com o hotel, já que não sei falar inglês fluente. Na conversa com o hotel, me disseram que um gerente iria visitar o quarto para constatar o acontecido”, continuou Jean. “Esperamos por cerca de 40 minutos, até que apareceu um segurança do parque dizendo que iria ver o problema e anotar nossa reclamação”.

Jean disse então que queria a presença de um policial para fazer um boletim de ocorrência, pois queria o registro do acontecido.

“Depois de uma hora, o policial chegou e tentou me convencer a não registrar o boletim, pois segundo ele, eu poderia ter que voltar aos EUA umas três vezes para responder ao processo”, contou Jean. “Eu disse que não importaria, pois estava certo do acontecido e queria uma posição do hotel”.

Essa posição do hotel não aconteceu até o dia 13, segundo o brasileiro, que resolveu então ligar para o Consulado Brasileiro em Miami e para o GAZETA. Depois disso, uma brasileira que trabalha como gerente de vendas do hotel ligou para o seu quarto e deixou uma mensagem na secretária eletrônica, dizendo que ele poderia ficar tranquilo, pois estavam cuidando de seu caso “com carinho”. Mas esta foi a única resposta do hotel que Jean conseguiu obter até agora. O GAZETA tentou contatar a mesma gerente de vendas, que disse que somente o departamento de relações públicas do hotel pode se pronunciar.

O porta-voz do hotel disse que por motivos de privacidade dos hóspedes, não pode comentar ocorrências desse tipo. À pergunta sobre de quem seria a responsabilidade caso se constatasse que o cofre tinha problemas dentro do quarto do hotel, ele afirmou que somente a polícia poderia responder.

Já a polícia disse que não pode responder pelo hotel. O boletim de ocorrência feito por um policial do Orange County Sheriff’s Office confirmou que a fechadura do cofre estava quebrada e que o oficial de segurança Julio Rodriguez disse que iria fazer uma inspeção.

Jean já está de volta ao Brasil e se diz frustrado. “Agora, estou no Brasil e não tive sequer uma ligação deles, perdi dias de divertimento na Disney, deixei de ir aos jantares que fiz reserva e paguei, deixei de ir aos parques que paguei antecipado, fora o incômodo de não ter nenhuma resposta deles, sequer uma explicação, me senti muito desamparado. Comprei um sonho que era meu e de minha esposa e passamos dias sofrendo, com a falta de informação e com o descaso”.