Fiesp divulga pesquisa do Observatório de Mercados Ilícitos

Por Igor Pipolo

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[caption id="attachment_126307" align="alignleft" width="300"] Foto: Ricardo Lerner/ VP/FIESP[/caption]

Foi apresentada no último dia 16 de setembro, na sede da Fiesp, em São Paulo, uma publicação inovadora lançada pelo Observatório de Mercados Ilícitos da Fiesp (OMI), desenvolvido pelo Departamento de Segurança da Federação (Deseg).

Os resultados da primeira Pesquisa de Vitimização Industrial, realizada pela Fiesp, contou com 345 indústrias paulistas em setembro de 2015. Do total ouvido, 46,7% foram vítimas de algum tipo de crime nos 12 meses antes do questionamento, e 64,6% foram vítimas de algum tipo de crime em qualquer momento. De acordo com a pesquisa, no período, a perda estimada dessas empresas em faturamento foi de R$ 5,12 bilhões.

A pesquisa tem o objetivo de analisar os efeitos nocivos da criminalidade sobre a indústria paulista e o real impacto dos mercados ilícitos na renda, empregos, impostos e competitividade das empresas. O Deseg desenvolveu o Anuário 2016: Mercados Ilícitos Transnacionais em São Paulo.

A análise considerou nove setores da indústria paulista – alimentos, automóveis, brinquedos, eletrônicos, higiene e perfumaria, medicamentos, químicos, tabaco e vestuário – e revela que o mercado ilegal movimentou R$ 13,2 bilhões em 2015. Com isso, deixaram de ser gerados 111.598 empregos formais e R$ 3,02 bilhões em renda (salários e lucro). A perda do governo federal em arrecadação chegou a R$ 2,81 bilhões – o suficiente para custear 1.522 escolas de ensino básico, 1.232 hospitais ou montar uma nova corporação para a Polícia Rodoviária, do mesmo tamanho da atual.

“Nesse patamar, os custos das empresas com segurança privada e seguros são obrigatórios e estão cada dia maiores, elevando assim o custo da produção e impactando a competitividade dos setores em relação a regiões ou países que não possuem vitimização tão elevada. Além disso, esses fatores podem desestimular a ampliação dos negócios existentes e abertura de novas unidades. Garantir a segurança e reduzir riscos de vitimização da indústria é essencial para que aumente o investimento e o empreendedorismo”, afirmou o presidente Fiesp, Paulo Skaf, durante a cerimônia de lançamento da pesquisa do OMI.

O Brasil precisava de um novo indicador, confiável e que mostre sem reservas o impacto negativo que o crime tem sobre a sociedade. Essa ferramenta do OMI irá nos apontar como e o quanto crescem os crimes nas indústrias, permitindo identificar caminhos para proteção da sociedade em geral.