Filha busca informações sobre o pai desaparecido em travessia para os EUA

Por Gazeta News

pai de lohany
[caption id="attachment_133856" align="alignleft" width="269"] Lohany Barroso está em busca do pai, que viajou para tentar a travessia para os Estados Unidos e não deu mais notícias desde novembro. Foto: arquivo pessoal.[/caption] Diariamente, inúmeros imigrantes tentam entrar nos Estados Unidos pela fronteira e os casos de mortes, como a do mineiro Jefferson de Oliveira, cujo corpo foi encontrado no Rio Bravo, no México, há cerca de um mês, não são poucos. A busca de familiares por informações de um grupo com 19 brasileiros desaparecidos desde novembro por supostamente tentarem chegar aos Estados Unidos pelas Bahamas tem sido muito noticiada nos últimos dias. Além das Bahamas, a perigosa travessia pelo México é muito comum para a maioria dos imigrantes e muitos arriscam mesmo sabendo que pode acontecer o pior no meio do caminho. A filha de Antonino Carlos Miranda Barroso, 52 anos, Lohany Barroso, de 18 anos, que nasceu nos Estados Unidos e hoje mora em Belo Horizonte, não tem certeza se o pai está no grupo de desaparecidos das Bahamas ou se iria tentar a travessia pelo México, mas está sem informações dele desde final de novembro, e entrou em contato com o GAZETA nesta segunda, 26, à procura de ajuda. Segundo Lohany, cujos pais são separados, ela a atual esposa do pai só ficaram sabendo da tentativa de travessia no final de novembro. Barroso entrou em contato pela última vez com a família no dia 20 de novembro, “mas foi com um tio e ele não disse onde estava, somente que estava bem”, disse. Depois disso, a filha não teve mais notícia do pai e acha que ele pode estar até mesmo preso. “Em nosso último contato, dias antes dele viajar, ele me pediu para legalizá-lo nos Estados Unidos, porém eu disse a ele que eu poderia somente quando fizesse 21 anos. Ele então disse que estava pensando em pagar um coiote e ir de barco, passando como se fosse turista. Eu disse que achava muito perigoso e que era melhor ele esperar eu fazer 21 anos. E então ele mudou de assunto e se despediu”, relata. Barroso é mineiro, casou-se de novo e mudou-se para a Rondônia, onde tinha máquinas agrícolas e prestava serviços. Ele foi para o Pará e de lá a família não soube mais o trajeto dele. “Meus tios que tiveram contato com ele por último não sabem onde ele está e se ele atravessou ou não. Ele não deu muita informação quando ligou”, disse. Segundo Lohany, eles têm parentes na Flórida e em Boston, e o pai já morou nos Estados Unidos há mais de 10 anos, entrando por duas vezes ilegalmente. “Uma vez, acho que em 1995, ele foi pelo México e foi deportado em 1998, quando eu nasci em Boston (MA). Em 2000 ele entrou nos EUA pelas Bahamas e morou em Framinghan (MA) até 2004, quando voltou para o Brasil por livre e espontânea vontade”, declara. “É uma agonia, não sabemos o que pode ter acontecido com ele”, declarou. O GAZETA entrou em contato com o Consulado Geral do Brasil em Miami nesta segunda, mas a informação obtida é a de que ainda não há nenhuma informação oficial a respeito dos brasileiros desaparecidos nas Bahamas, nem especificamente de Antonino, citado nesta matéria.