Filha de brasileiros escapa de massacre em Newtown; conheça as vítimas

Por Gazeta News

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Às vésperas do Natal, os americanos e pessoas do mundo todo estão chocados e emocionados com o massacre acontecido na Sandy Hook Elementary School, em Newtown, em Connecticut, no dia 14. O crime deixou oficialmente 28 mortos, sendo 20 crianças com idades entre 6 e 7 anos, e seis adultos, além do próprio atirador e da mãe dele. As informações são das agências de notícias e do “Fantástico”.

A polícia confirmou a identidade do atirador. Adam Lanza, 20 anos, entrou armado na escola e disparou contra os alunos, professores e funcionários. Antes, ele matou a própria mãe na casa onde moravam. O autor do crime se suicidou quando percebeu a chegada da polícia. Os primeiros amigos e conhecidos entrevistados o descreveram como uma pessoa inteligente, educada e quieta. Um membro de sua família contou aos investigadores que Lanza sofria de um tipo de autismo.

Segundo o departamento de medicina legal, as 26 vítimas do massacre foram todas atingidas mais de uma vez, levando de três a 11 tiros. A polícia diz ter encontrado provas e está investigando o caso para saber o que motivou o atirador a cometer o massacre.

O presidente Barack Obama visitou a cidade de Newtown no final de semana, onde mais uma vez, emocionado, discursou sobre o crime e a necessidade de se tomar ações efetivas contra a violência.

Brasileira escapa O mecânico carioca Arnaldo Porto e a babá Alessandra são dois dos pais aliviados por ver seus filhos salvos do massacre em Newtown. Gabriela, 9 anos, estava na aula de música quando ouviu um tiro pelo sistema de alto-falante da escola.

“A gente escutou um monte de porta fechando e trancando, um monte de professora gritando", contou Gabriela ao “Fantástico”.

Rapidamente, a professora trancou a porta da sala e escondeu as crianças em uma salinha, no canto, onde ficavam guardados os instrumentos musicais.

"Ela falou para a gente sentar e rezar. Então todo mundo sentou e a gente começou a rezar. E ela ficava lá no quarto dando bala para a gente tentar se acalmar", detalha Gabriela.

A professora saiu da pequena sala e buscou o telefone na mesa dela e avisou polícia. "Ela falou que tinha um homem que queria matar criança. Então, todo mundo ficou assustado", diz Gabriela.

No meio do pânico, policiais bateram na porta que dá acesso ao jardim da escola. "Eu estava chorando com outras meninas. Eu estava pensando que eu nunca ia chegar em casa viva", lembra a menina.

Depois de uma hora trancada na sala, os policiais bateram na porta que dá acesso à sala de música. "A polícia falou, de novo, ‘vocês têm que sair antes que o menino venha te pegar’. Aí que ela escutou que era polícia e abriu a porta. E a polícia mandou a gente correr até lá fora", conta a menina.

Todas as crianças foram levadas para uma base do corpo de bombeiros que fica a poucos metros da escola. De lá, Gabriela ligou para a mãe, que foi buscá-la, mas não tinha dimensão do que havia acontecido.

"Aí ela já olhou para mim chorando. Eu a abracei e tentei confortá-la. E todo mundo muito nervoso. Os professores chorando, as pessoas chorando e aquele tumulto todo”, diz Alessandra.

Com a filha nos braços, o casal Porto foi para casa com a sensação de que tinha sido apenas um tiroteio, sem vítimas. “Na hora que eu soube que muitas crianças tinham morrido aí bateu aquela sensação de que a gente ganhou nossa filha de volta. Poderia ter sido eu um desses pais hoje que estão lamentando a perda do filho”, diz Arnaldo Porto.

Vítimas da tragédia:

Olivia Engel, 6 anos Olivia era uma criança alegre e sorridente. “Ela adorava atenção. Tinha maneiras perfeitas, era muito educada, se portava muito bem à mesa. Ela era obediente, sempre a líder”, disse Dan Merton, amigo de longa data da família. Ele contou que na sexta a menina estava empolgada para voltar para casa depois da escola e fazer uma casa de doces para o natal. “Seu único crime foi ser uma sorridente criança de 6 anos”, disse o amigo.

Emilie Parker, 6 anos Segundo seu pai, o americano Robbie Parker, Emilie era o tipo de criança que iluminava tudo por onde passava. Ela era a filha mais velha de Robbie, e foi descrita como uma menina “inteligente, criativa e muito amorosa". Segundo a BBC, a última conversa entre pai e filha foi em português. Emilie tinha duas irmãs mais novas, de 3 e 4 anos. A família é natural do estado americano de Utah.

Grace McDonnell, 7 anos Grace foi descrita por vizinhos e amigos da família como “altamente adorável” e “cheia de vida”, segundo o jornal “Daily Mail”. Por seus olhos azuis e cabelos loiros, era frequentemente descrita como uma boneca. Grace vivia com seus pais em uma casa que ficava a apenas uma rua de distância de onde vivia o suposto atirador, Adam Lanza. Ela tinha um irmão de 11 anos, que está bem.

Noah Pozner, 6 anos Noah é a vítima mais nova do massacre – ele havia completado 6 anos em novembro. Ele tinha uma irmã gêmea, que sobreviveu, além de outra irmã de 8 anos que também estudava na escola e passa bem, segundo o jornal Newsday. Arthur Pozner, tio do menino, disse que ele era bastante maduro para a idade. “Era uma criança muito bem criada, extremamente inteligente”, afirmou.

Dawn Hocksprung, 47 anos Diretora da escola Sandy Hook, Dawn foi descrita por amigos como uma apaixonada por seu trabalho e pelas crianças. Ela estava no cargo desde 2010, e havia implementado medidas de segurança recentemente, como a instalação de câmeras. “Ela era muito legal e divertida, mas também uma mulher muito rígida com as coisas sérias”, disse o amigo Tom Prunty à CNN. Dawn vivia em Woodbury, Connecticut, com seu marido, duas filhas e três enteados. Acredita-se que a diretora tenha sido a responsável por acionar o sistema de auto-falantes, alertando os alunos sobre o perigo dentro da escola.

Lauren Rousseau, 30 anos Lauren era professora substituta permanente na escola. Segundo um comunicado divulgado por sua mãe, ela “queria ser professora desde antes de ir para o jardim de infância. Vamos sentir terrivelmente sua falta, e tentar nos confortar com o fato de que ela conseguiu alcançar seu sonho”, disse Teresa Rousseau. Lauren se formou na Universidade de Connecticut e fez pós-graduação em Bridgeport.

Mary Sherlach, 56 anos Mary era a psicóloga da escola, e estava com a diretora Dawn Hocksprung quando o atirador invadiu Sandy Hook. Ela foi baleada após ir até o corredor para ver o que acontecia. Ela havia trabalhado em outras três escolas de Connecticut antes de ir para Sandy Hook em 1994, segundo a CNN. Ela era casada e vivia em Trumbull, Connecticut, com o marido. O casal tinha duas filhas já adultas.

Ana M. Marquez-Greene, 6 anos Ana era filha do saxofonista Jimmy Greene, que escreveu em sua página do Facebook que estava tentando “superar este pesadelo”, segundo a agência AP. “Por mais que ela seja necessária e eu, sua mãe e seu irmão sentirmos muito sua falta, Ana nos deixou para ir para o paraíso. Te amo, doce menina”, escreveu. A família se mudou para Newtown ano passado – antes, eles viviam no Canadá. A mudança para a pequena cidade ocorreu, em parte, devido à boa reputação da escola Sandy Hook. Segundo a família, o irmão de 9 anos de Ana também estava na escola, mas escapou do massacre. No Natal do ano passado, a família havia viajado para Porto Rico, onde possuem parentes - o irmão de uma avó de Ana é prefeito de uma cidade do país.

Catherine V. Hubbard, 6 anos Os pais de Catherine não falaram sobre a filha, mas em um comunicado, agradeceram o trabalho da polícia e o suporte da comunidade. “Estamos profundamente tristes pela morte de nossa linda filha, Catherine Violet, e nossos pensamentos e rezas estão com as outras famílias que também foram afetadas por essa tragédia. Pedimos que a comunidade continue a rezar por nós e pelas famílias que tiveram perdas nessa tragédia”, disseram Jennifer e Matthew Hubbard. A menina é sobrinha de um funcionário da rede de TV americana ABC.

Chase Kowalski, 7 anos Chase era um garoto que sempre estava brincando do lado de fora de sua casa, no jardim, e adorava andar de bicicleta. Vizinho da família Kevin Grimes disse à AP que o menino havia ganhado há uma semana seu primeiro mini-triatlo. “Não consigo pensar em uma criança melhor”, afirmou. Outro vizinho, Keeley Baumann, disse ao jornal Newstimes que o menino havia pedido dois dentes da frente como presente de Natal.

Jesse Lewis, 6 anos Segundo Barbara McSperrin, amiga da família de Jesse, ele era “o típico menino de 6 anos, cheio de vida”. A família de Jesse possuía alguns animais, e ele estava aprendendo a andar a cavalo. Na manhã do massacre, Jesse foi até a lanchonete favorita da família e tomou chocolate quente com seu sanduíche favorito – com salsicha, ovos e queijo – segundo o dono do local, Angel Salazar, disse o “Wall Street Journal”. “Ele era sempre simpático, sempre gostava de conversar.” Seu pai, Neil Heslin, disse ao jornal “The New York Post” que o filho era aluno da professora Victoria Soto, que também morreu no massacre. “Ele era um garoto alegre, era ótimo com animais, ia bem na escola.”

Anne Marie Murphy, 52 anos Anne era professora especializada em educação para crianças especiais. Ela foi criada em Katonah, e tinha seis irmãos. Seus pais a descreveram como uma mulher artística, uma pintora apaixonada e uma pessoa esforçada. Anne era casada e tinha quatro filhos. Autoridades disseram aos pais de Anne que a professora foi uma heroína, ajudando algumas das crianças a escaparem das balas. Segundo seu pai, Hugh McGowan, a polícia informou que o corpo de Anne foi encontrado em uma das salas de aula, protegendo um grupo de crianças que também morreu na tragédia.

Charlotte Bacon, 6 anos Charlotte era uma menina de cabelos cacheados e ruivos, e segundo seu tio, John Hagen, iluminava qualquer lugar por onde passasse, segundo o jornal Newsday. A mãe dela havia comprado roupas novas para o fim do ano, mas a menina, ansiosa, pediu para usá-las antes. A mãe deixou, e a menina foi para a escola na sexta usando um vestido rosa e botas novas, além de um penteado especial no cabelo. “Foi bom ela ter usado as roupas novas”, disse o tio. O irmão mais velho de Charlotte também estava na escola, mas sobreviveu.

Dylan Hockley, 6 anos Dylan nasceu no Reino Unido e se mudou recentemente com a família para os Estados Unidos. A mãe dele, Nicole Hockley, disse em um blog que escrevia quando morava no Reino Unido que a decisão de mudar foi feita de forma muito feliz, e descreveu seu filho, então com 2 anos, como “meu querido amor” – segundo informações do jornal “Daily Mail”. Dylan tinha um irmão, de 7 anos, que morava na mesma escola, mas sobreviveu.

Benjamin Wheeler, 6 anos Benjamin era um menino muito espirituoso, segundo o rabino Shaul Praver. O menino e seus pais, David e Francine, não eram membros da sinagoga, mas costumavam participar da celebração do Hanukkah, segundo o jornal “Washington Post”. “Eram pessoas muito agradáveis”, afirmou o rabino.

Caroline Previdi, 6 anos Segundo amigos da família, que não foram identificados pelo jornal “Washington Post”, a menina tinha o apelido de “Boo”, por ser parecida com a personagem de mesmo nome do filme “Monstros S.A.”. “Era uma gracinha, adorável”, afirmou a mulher. Outra amiga da família disse que a menina adorava ginástica, e era muito ativa.

Daniel Barden, 7 anos Daniel estava na primeira série e era o mais novo e três irmãos. Segundo amigos e vizinhos da família, os pais incentivavam as crianças a serem muito ativas – Daniel fazia natação e outras atividades. “Era uma família amorosa. As crianças eram do tipo que pais querem ter por perto: amorosas e doces”, disse um colega de trabalho de Jackie Barden, mãe de Daniel.

Jack Pinto, 6 anos O aluno era um grande fã do time de futebol americano New York Giants e do jogador Victor Cruz. Neste domingo, o receptor do Giants prometeu fazer uma homenagem à vítima do massacre, escrevendo o nome de Jack em suas luvas e chuteiras, segundo informou o New York Dailey News.

Jessica Rekos, 6 anos A menina esperava ganhar de presente no Natal botas e um chapéu de 'cowgirl', segundo a CNN. "Jessica amava tudo sobre cavalos. Ela dedicava seu tempo livre para assistir filmes sobre cavalos, ler livros sobre cavalo, desenhar cavalos e escrever histórias sobre cavalos", disse a família à emissora.

Josephine Gay, 7 anos Imagem da estudante foi divulgada em página de homenagem às vítimas do massacre, criada no Facebook.

Avielle Richman, 6 anos Avielle havia começado a estudar na escola Sandy Hook em agosto, quando entrou na 1ª série. Sua mãe, Jennifer, havia estudado na mesma escola durante sua infância.

Rachel D'Avino, 29 anos Rachel trabalhava com crianças com necessidades especiais na escola Sandy Hook. Ela estudava análise de comportamento na Universidade de Saint Joseph. Amigos a descreveram como uma mulher e profissional apaixonada por seu trabalho com as crianças. Segundo o pastor Ken Whitten, em entrevista à Fox, Rachel estava há apenas uma semana em Sandy Hook.

Allison N. Wyatt, 6 anos Allison foi lembrada por uma das professoras da creche que costumava frequenter como uma menina tímida e amorosa. “Ela era muito tímida, quieta e voltada a si mesma, mas sorria muito. Se ela achava algo engraçado, ela ria”, disse Kate Capellaro.

Victoria Soto, 27 anos Victoria era professora da primeira série na escola, e tentou proteger seus alunos quando ouviu os disparos, segundo o o pais de um dos alunos. Os estudantes ficaram escondidos atrás dela em um dos cantos da sala de aula. Quando o atirador invadiu a sala, ela se pôs na frente das crianças, segundo informações de um primo de Victoria, Jim Wiltsie, feitas ao site ABC News. Ela não tinha filhos e vivia com seu cão, Roxie.

Nancy Lanza, 52 anos Mãe do atirador Adam Lanza, Nancy foi a primeira a ser morta, em sua casa, antes e o filho seguir para a escola. Segundo relatos da imprensa americana, ela foi descrita como uma pessoa amável. Nancy se separou do pai de Adam, Peter, em 2009. Segundo vizinhos, ela tinha interesse por jardinagem e gostava de enfeitar sua casa com decorações de Natal. Também há relatos de que ela era a dona das armas usadas pelo filho no massacre, dados não confirmados pela polícia.

A última vítima da tragédia é Madeleine F. Hsu, 6 anos. Nenhum dado sobre a menina foi divulgado.