Filha de Yitzhak Rabin diz que Israel não aprendeu lições do passado

Por Gazeta Admininstrator

Dalia Rabin, filha do Yitzhak Rabin, premiê israelense assassinado por um extremista judeu, afirmou nesta quinta-feira, no primeiro ato para lembrar o décimo aniversário da morte de seu pai [ocorrida em 4 de novembro de 1995], que a sociedade israelense ainda não aprendeu as lições do passado.

"Somos conscientes do que aconteceu? Entendemos? Passou-se uma década (do assassinato de Rabin), tiramos conclusões, mas as lições ainda não foram aprendidas", disse Dalia, representante do Centro Yitzhak Rabin de Tel Aviv.

AP

Yitzhak Rabin, premiê de Israel assassinado há 10 anos
A filha do premiê israelense fez essas afirmações em uma cerimônia de Estado na residência do presidente israelense, Moshe Katsav, e que iniciava uma série de atos que serão encerrados dia 14, data em que de acordo com o calendário judaico aconteceu o assassinato de Rabin.

"Aonde vamos hoje?", perguntou Dalia ao público presente na cerimônia, em alusão às pesquisas que indicam que em Israel poderia acontecer um novo crime como o de Rabin por causa da retirada de Gaza.

A maioria dos israelenses considera possível um novo assassinato em Israel e acha que Rabin foi o melhor primeiro-ministro do país, segundo uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira, um dia antes do décimo aniversário de sua morte no calendário gregoriano.

A pesquisa sobre o Índice da Democracia em 2005, realizada pelo Instituto da Democracia em Israel (IDI), revela que 84% dos israelenses considera muito provável que outro dirigente seja assassinado por causa do plano de retirada.

Os resultados da pesquisa serão apresentados em reunião promovida pelo presidente israelense, Moshe Katsav, que disse nesta quinta-feira que não permitirá que seja dado o perdão ao estudante judeu Yigal Amir, 35, autor dos dois disparos contra Rabin. As balas da pistola Beretta perfuraram o pulmão direito e o baço do líder político, que morreu no hospital. O atentado aconteceu logo depois de comício com aproximadamente 100 mil pessoas em que Rabin exortava a paz.

A enquete deste ano ouviu 2.000 pessoas que foram consultadas pelo telefone.

A imagem de Rabin entre os israelenses continua sendo muito apreciada e neste sentido 79% dos entrevistados opina que o governante era uma pessoa de princípios movida mais pelos interesses do Estado que pelas idéias de seu partido.

A pesquisa também mostra que Rabin era considerado um homem forte, um dirigente confiável e capaz de conseguir a paz. Ademais, os números também mostram que ele lidera a lista de premiês israelenses na questão de desempenho profissional.

Rabin recebeu uma pontuação de 30%, enquanto Menachem Begin [o primeiro premiê do Likud da história de Israel], que assinou a paz com o Egito em 1979, obteve 22%, e David Ben Gurion, o primeiro governante do Estado de Israel, aparece com 18%.

A pesquisa também mostra uma melhora nas relações entre judeus e árabes dentro do Estado: 50% rejeita que o governo promova que os árabes emigrem de Israel em comparação com o 41% do ano passado.

No entanto, o número dos que pensam que as relações entre judeus e árabes são boas caiu de 15% no ano passado para 11% neste ano.