Torcedores iniciam movimento contra a homofobia no futebol

Por Gazeta News

Grupos de vários brasileiros estão criando comunidades e torcidas anti-homofobia e antissexismo no Facebook para tentar combater o preconceito.

O movimento começou na última semana, com a criação da página da torcida “Galo Queer” por uma cientista social e torcedora do Atlético-MG, que prefere não se identificar por medo de ser agredida por outros torcedores, mas já está se espalhando na rede social.

“Fazia muito tempo que eu não ia ao estádio. Quando fui ao jogo contra o Arsenal, pela Libertadores, fiquei muito chocada com a homofobia generalizada. Mesmo pessoas que têm uma conduta política anti-homofobia e antirracismo, dentro do estádio, fazem parte disso”, conta a criadora da torcida. “Falei com alguns amigos e surgiu a ideia de criar esse movimento. Como hoje em dia tudo passa pelo Facebook, resolvi começar por lá”.

Mas o movimento não deve se limitar ao mundo virtual. A intenção do grupo é conseguir apoio da diretoria do Atlético-MG e levar a bandeira anti-homofobia para dentro dos estádios brasileiros. O que ainda os impede de apoiar abertamente o seu clube nas arquibancadas é o medo de reações violentas.

“Pela reação na internet a gente pôde ver que há uma agressividade e uma resistência muito grande a esse tipo de iniciativa. Eu sabia que criticar a homofobia no futebol era como mexer num vespeiro. Mas, por outro lado, me surpreendi com a reação positiva. Inclusive de torcedores de outros times”, conta.

A disseminação da ideia foi rápida. Poucos dias depois da criação da “Galo Queer”, alusão à “Galoucura”, torcida organizada do time, apareciam páginas similares de torcedores de outros clubes, como a “Cruzeiro/Anti-homofobia”.

Apesar das páginas dos torcedores das duas principais equipes mineiras ainda serem as mais populares, torcidas de outros estados já se juntaram ao movimento, como a do Corinthians, Palmeiras, Flamengo, Grêmio e Inter. As informações são da “Folha”.