Finanças e as consequências de postergar decisões

Por Claudia Fehribach

O que é postergar? “Adiar; deixar para outro momento, para depois: ele foi obrigado a postergar seus compromissos para amanhã. Desprezar; deixar de ter preferência por; colocar em segundo plano: um governo que posterga obrigações legais. Menosprezar; possuir descaso em relação a alguém ou a alguma coisa: meu professor posterga opiniões contrárias às suas. Descuidar; deixar de ter cuidado por: um trabalhador que posterga suas funções e responsabilidades”.

Por que a maioria dos seres humanos tem a tendência de postergar decisões?

Este é um mecanismo de defesa que quase todo ser humano tem. Mas defesa de quê? De mudanças...

Por instinto, tudo o que é novo ou requer uma mudança em nossos hábitos nos traz este sentimento de receio e, consequentemente, adiamos a execução do mesmo.

Mas ao tentarmos nos proteger destas mudanças, nós estamos, na verdade, adiando progressos incríveis na nossa vida.

Amanhã pode ser um nunca! Esta frase me motiva demais, pois o amanhã não nos é garantido, já o agora está aí para as pessoas tomarem as providencias necessárias para crescerem e vencerem em seus propósitos de vida.

Nas finanças, que é o mundo que eu entendo melhor, o ato de postergar pode custar muito caro. Aquele cartão de crédito que você não pagou no dia certo, aquela poupança que você prometeu começar e nunca fez. Aquele plano de aposentadoria que ficou no papel... E como mudar isso nas finanças? Talvez seja o lugar em que seja mais fácil do que em qualquer outro, pois o ato de postergar no mundo financeiro é traduzido em números - logo fica bem mais fácil de se acompanhar o progresso.

No cartão de crédito que você não pagou em dia, vem uma coisinha chata chamada juros, aliada a outra chamada taxa de atraso, para te lembrar rapidinho que não se deve procrastinar o pagamento de contas.

No caso da poupança, ou mesmo do plano de aposentadoria, entra um fator mais importante ainda: você se lembra quando expliquei sobre os juros compostos?

Os juros compostos são juros em cima de juros que atuam como se fossem adubo do nosso dinheiro.

Por exemplo: Uma pessoa de 28 anos aplica $200 dólares por mês em um plano indexado por 35 anos. Ela vai ter mais ou menos $264,210 ao final deste período. Se o irmão gêmeo desta pessoa posterga o início deste plano por mais cinco anos, por exemplo, (ele já está com 33 anos), pagando a mesma quantia de $200 por mês, ele terá acumulado em torno de $225,526. Ou seja, estes 5 anos de procrastinação lhe custou $38,684, ou $7.736 por ano, ou ainda $644,73 por mês. Quem quer ter uma conta negativa de $644 dólares por mês?

Será que mostrando na matemática eu consigo provar que quem espera demais para começar algo no mundo das finanças acaba perdendo dinheiro?

E a poupança? A mesma realmente não rende muito, mas só o fato de se comprometer a guardar consistentemente algo todos os meses, pode mudar a vida de uma pessoa.

Imagine o cara que se compromete a guardar $100 dólares por mês. Ao fim de 1 ano ele terá, sem dúvida, $1,2 mil dólares guardados, mas se ele postergar e só começar depois de 6 meses, esta pessoa terá obviamente somente a metade...

Finanças são um dos únicos lugares em que literalmente você recebe por não postergar.

Responda com total sinceridade: Você posterga? Você se pega pensando ou respondendo a alguém, hoje, esta semana, este mês não dá, mas amanhã, semana que vem, mês que vem... Se você se reconheceu neste artigo, está na hora de mudar. O seu futuro financeiro agradece! Uma ótima semana!