Flórida é o terceiro estado com mais casos de tráfico humano nos EUA

Por Marisa Arruda Barbosa

trafico humano
O tráfico humano está aumentando nos Estados Unidos e a Flórida está entre os três estados com maior número de casos, depois da Califórnia e o Texas. Isso porque lugares que atraem muitas pessoas jovens, com grande quantidade de migração e altos índices de dependência química acabam sendo suscetíveis ao tráfico humano. Tráfico humano é definido como o ato explorar uma pessoa para prostituição ou trabalho. No caso envolvendo vítimas adultas, é preciso oferecer algum tipo de coerção, como o uso da força, ameaças, oferecimento de drogas, entre outros. Quando envolve crianças, não é preciso coerção e de qualquer maneira elas são consideradas vítimas. De acordo com o Polaris Project, organização contra o tráfico humano, houve um aumento de 13% em casos de tráfico humano de 2016 para 2017, para um total de 8.759 casos, com 10.615 vítimas. A maioria das vítimas eram mulheres (8.561) e latinos em geral (1.230). Do total, 1.441 casos envolviam a migração recente. Brasileira condenada por tráfico humano e exploração sexual é deportada Na Flórida, os casos de tráfico humano também aumentaram. Foram de 868 em 2014, para 1.701 em 2017. Posts em redes sociais Embora os números em relação ao tráfico humano sejam altos, postagens em redes sociais muitas vezes podem ser mentira ou exageradas. Posts envolvendo tentativas de sequestro infantil, ou mesmo mulheres sendo seguidas sempre se tornam virais. Enquanto muitos deles são verdadeiros e denunciados à polícia, outros servem apenas para disseminar o medo pelas redes sociais, de acordo com autoridades. Na semana passada, em Westlake, Ohio, um post no Facebook dizia que uma mãe estava com o filho em uma loja da Barnes & Noble, quando uma mulher tentou arrancar a criança de seus braços. O post foi compartilhado dezenas de vezes até que chegou ao conhecimento da polícia de Westlake. Policiais não encontraram nenhuma testemunha, tampouco indícios na loja. Por rastreamento, eles chegaram a quem postou a mensagem. Uma mulher confessou que inventou a história e contou ao seu marido que, sem saber, fez o post no Facebook. A mulher poderá ser acusada criminalmente, de acordo com a emissora News 5, de Cleveland. Um vídeo de uma mulher em Dunedin, na Flórida, onde ela alertava outras mulheres sobre ter sido seguida em um supermercado, foi compartilhado mais de 3 milhões de vezes. Pessoas até na Austrália compartilharam a história de Lynne Knowles. Lynne disse em seu vídeo no mês passado que foi seguida por um homem que a filmou com o celular. No entanto, mais tarde ela admitiu que talvez tenha exagerado ao usar o termo “tráfico humano” em seu vídeo. Policiais do Pinellas County Sheriff’s Office afirmaram que têm visto mais casos de mulheres sendo seguidas por estranhos, mas que o que aconteceu com Lynne não parece ser um caso de “tráfico humano”. Autoridades alertam que enquanto as pessoas precisam sempre remanescer alertas, não devem confiar somente em posts de redes sociais. Eles ressaltam também que caso uma pessoa passe por alguma situação na qual se sinta ameaçada, deve ligar para a polícia. Exploração infantil Foi isso que fez Tracy Nigh na semana passada quando um homem de 81 anos tentou comprar sua filha de 8 anos em uma loja do Walmart na Flórida. Tracy chamou seguranças, a polícia e denunciou o homem, que foi preso. Ela fez um post no Facebook para alertar outras pessoas, mas o caso foi dado como verdadeiro e serviu de alerta para que outros pais fiquem atentos. De acordo com o National Center for Missing and Exploited Children, os casos mais frequentes de desaparecimento de crianças são: fuga, sequestro por um membro da família e quando a criança se perde. Os casos menos frequentes são esses que envolvem sequestro por uma pessoa desconhecida. Leia também Brasileiro é condenado por tráfico humano em New Jersey Operação contra tráfico humano detém três brasileiros no Texas e Novo México