Flórida executa doente mental

Por Gazeta News

John Errol Ferguson

Condenado pela morte de seis pessoas em um assalto à mão armada, em 1977, e de dois  estudantes de 17 anos no ano seguinte, John Ferguson, de 65 anos, foi executado no dia 5, em Miami-Dade, mesmo com o pedido de seus advogados que era muito deficiente para ser executado. Ele foi morto com uma injeção letal.

A equipe de defesa de Ferguson tentou fazer com que o caso fosse ouvido pelo Supremo Tribunal dos EUA, invocando uma violação da oitava emenda da Constituição, que proíbe “castigo cruel e pouco habitual”. O Supremo recusou o caso, sem explicar o motivo, horas antes de sua execução.

Os advogados dizem que Ferguson foi diagnosticado pela primeira vez em 1965, antes de participar nos homicídios. Era esquizofrênico, com provas de psicose ativa, segundo vários exames médicos. Ferguson cometeu os homicídios depois de ter tido alta de um hospital psiquiátrico.

Ele estava convencido de que era imortal e que o castigo que lhe foi imposto era um complô para que ele fosse impedido de usar seus próprios poderes.

Em 2007, em outro caso, o Supremo Tribunal havia decidido que o prisioneiro prestes a ser executado deveria não só ter consciência do castigo que estava prestes a receber como ter um “entendimento racional” da punição. Já em 2002, o Supremo tinha ainda decidido que não se deve executar pessoas com deficiências mentais, por violar a oitava emenda da constituição, que proíbe castigos cruéis e pouco habituais.

Antes de sua execução, Ferguson fez uma declaração diante de 25 testemunhas, incluindo familiares das vítimas: “Eu só quero que todos saibam que eu sou o príncipe de Deus e irei voltar novamente”, disse, calmamente.

No crime do assalto, Ferguson e outros homens entraram em uma casa em Carol City, que era usada por traficantes de maconha. A violência começou quando a máscara de um dos membros da gangue caiu e uma vítima viu seu rosto. A decisão foi de matar as oito pessoas presentes, mas duas delas sobreviveram. Na época, essa foi a pior chacina que havia acontecido em Miami-Dade. Um ano depois, Ferguson assaltou um casal em Hialeah, estuprou a moça de 17 anos e matou os dois.

Sua execução veio depois de meses de apelações.