Flórida liberou quase 300 licenças de armas sem checagem de antecedentes criminais

O Departamento de Agricultura da Flórida revogou quase 300 autorizações de porte oculto de armas depois de descobrir que uma funcionária do estado não analisou, por um ano, as verificações de antecedentes criminais dos candidatos que obtiveram mesmo assim a autorização. A funcionária alega que por um erro não podia entrar no sistema, segundo um relatório de autoridades do Estado. Entretanto, o erro no sistema durou mais de um ano e, nesse tempo, pelo menos 291 pessoas receberam a autorização para portar arma sem análise de seus antecedentes criminais. “Essas pessoas não deveriam tê-las recebido”, disse o responsável pelo setor de Agricultura da Flórida, Adam Putnam. A funcionária foi considerada negligente por não ter cumprido suas obrigações profissionais, que incluíam verificações diárias do National Instant Criminal Background Check System -NICS), segundo uma investigação de 2017 do Departamento de Agricultura e Serviços ao Consumidor da Flórida, que processa pedidos de licenças de armas ocultas. Todos os pedidos de autorização de transporte ocultos de armas passam por três verificações de antecedentes conduzidas pela polícia da Flórida: pesquisas de registros criminais estaduais e federais e uma busca por nomes através do NICS para procurar registros não criminais, disse Putnam em nota. Qualquer uma dessas buscas pode encontrar informações que desqualifiquem uma pessoa de receber uma permissão de armas ocultas, disse Putnam. Ele também enfatizou que ter uma permissão de armas ocultas não torna uma pessoa elegível para comprar uma arma de fogo. O governo só teve ciência do problema na última sexta-feira, quando o jornal Tampa Bay Times fez a publicação. As questões não-criminais incluem ser um imigrante indocumentado, involuntariamente comprometido ou desonrosamente dispensado dos militares, aponta o jornal. “O problema ocorreu quando a funcionária não conseguiu "acompanhar" 365 solicitações de fevereiro de 2016 a março de 2017 que foram sinalizadas pela pesquisa do NICS. A funcionária deveria ter colocado esses pedidos no sistema estadual como inelegíveis, mas não o fez”, disse Putnam. Durante esse período de 13 meses, cerca de 350.000 pessoas solicitaram licenças de transporte oculto de armas. Pressão para aprovar pedidos Enquanto corre a investigação, a funcionária foi afastada do departamento. E-mails incluídos no relatório revelaram que a funcionária tentou obter ajuda de acesso on-line do Departamento de Polícia da Flórida em abril de 2016 e disse a alguém que estava com problemas de login, por isso não conseguia puxar os arquivos que queria. Ela admitiu não ter continuado a tentar resolver o problema de acesso e disse ao Tampa Bay Times que seu departamento estava sobrecarregado e que ela estava sob pressão para aprovar rapidamente os requerimentos. Ela disse que foi colocada como responsável pelas checagens em 2013, quando trabalhou na sala de correspondência. "Não entendi por que fui encarregado disso", disse ao jornal. O NICS tornou-se acessível em novembro de 1998 e é usado para verificar os registros estaduais em todo o país para ver se alguém é elegível para comprar uma arma de fogo. A Flórida também o utiliza para verificar infrações fora do estado que desqualifiquem uma pessoa de obter uma permissão de armas ocultas, informou o Times. O Departamento de Agricultura e Serviços ao Consumidor do Estado acrescentou que vai verificar com cuidado o processo de revisão dos pedidos "para garantir que isso nunca aconteça novamente", de acordo com um comunicado publicado em seu site. Com informações de Tampa Bay Times e CNN.