Flórida não tem dinheiro para o plano de seguro-desemprego de Trump, diz governador

Por Arlaine Castro

O governador Ron DeSantis disse na terça-feira, 11, que o estado não tem dinheiro para arcar com o plano do seguro-desemprego proposto por Trump e analisa pedir dinheiro emprestado ao governo federal para ajudar a milhares de cidadãos. Em uma entrevista coletiva para falar sobre esportes universitários, DeSantis finalmente expôs seu pensamento sobre a ordem do presidente Trump, decretada no dia 8, que autoriza $44 bilhões da Federal Emergency Management Agency para repassar $400 semanais aos trabalhadores desempregados em função da pandemia de Covi-19 até o final do ano. O programa anterior, que pagava $600 semanais, expirou em 31 de julho. No entanto, os estados terão que arcar com 25%, ou seja, $100 para cada $400 gastos, usando da verba federal da CARES Act destinada aos estados para combater a pandemia. Mas De Santis disse que essa não é uma opção para a Flórida, que já usou mais de $ 4 bilhões desses recursos até o momento. Em vez de usar parte da verba federal, o governador diz que prefere tomar emprestado a parte do estado do governo federal referente ao Departamento de Trabalho. "A outra opção é, e estamos investigando, e faríamos se pudéssemos, é potencialmente tomar um empréstimo do Departamento do Trabalho para o nosso sistema de desemprego e, em seguida, pagar benefícios adicionais como resultado disso", disse. O governador disse ainda ter preocupações jurídicas com a ordem de Trump e contestações a ela. “Há um limite sobre o que você pode fazer por meio de ações executivas”, disse DeSantis. “Estamos agora no ponto em que os presidentes simplesmente fazem isso. Mas eu quero ter certeza de que não há riscos legais”, disse. Em junho, o estado da Flórida contava com mais de 1 milhão de desempregados. O benefício semanal máximo de desemprego pago pelo estado é $ 275, um dos mais baixos do país. Os novos pedidos de seguro-desemprego na Flórida tiveram um declínio acentuado na semana encerrada em 8 de agosto, o menor nível de registros desde que a pandemia do coronavírus fechou amplas áreas da economia em março. Os novos registros caíram para 55.106 na semana, uma queda de 23.180 em relação à semana anterior, informou o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos na quinta-feira. O aumento dramático inicial nas reclamações ocorreu durante a semana encerrada em 21 de março, com mais de 74.000 registros. Na última semana relatada, a Flórida novamente liderou o país em declínios semanais, seguida por outros estados duramente atingidos pelo coronavírus, como Nova York, Califórnia, Texas, Geórgia e Arizona.