Flórida tem a maior inflação do País

Por Gazeta Admininstrator

Por: Letícia Kfuri, com agências.

Apesar de a taxa oficial de inflação no País, em abril, ter aumentado 0,2%, no Sul da Flórida os preços ao consumidor de produtos como gasolina e alimentos estão subindo muito rapidamente. Embora não seja preciso ser especialista para chegar a essa conclusão, eles também chegaram. O Bureau of Labor Statistics – BLS (Agência de Estatísticas de Trabalho) divulgou estudo mostrando que as regiões metropolitanas de Miami e Fort Lauderdale têm a maior taxa de inflação anual: 4,9%, em abril. A média nacional é de 3,9%. E os salários não têm acompanhado a velocidade da inflação.

Entre março e abril, a inflação nas regiões metropolitanas de Miami e Fort Lauderdale cresceu 1%. A única outra área metropolitana que superou os 4% de inflação foi Chicago, com 4,2%. O menor índice foi verificado em Detroit, com 2,4%. Esta não é a primeira vez que o Sul da Flórida lidera as estatísticas de inflação. Os números mostram apenas que a gravidade da situação está, no mínimo, se mantendo.

Um fator de pressão em todo o País, obviamente, é o combustível. O Department of Labor (Departamento de Traba-lho) anunciou que os preços da gasolina, em todo o país, na verdade, subiram 5,6% entre março e abril, embora haja números oficiais informando que houve uma redução “sazonalmente ajustada” de 2%.

Se você, assim como o restante do mundo, tem a certeza de que está pagando mais, e não menos pelo combustível, fique atento às explicações que, muito possivelmente, vão soar familiares. O índice, explicam os técnicos, foi “ajustado sazonalmente”. Em outras palavras, os econo-
mistas ajustaram os números (de forma absolutamente técnica) para que pareçam mais suaves.

- Isso não é uma coisa real. E não ajuda o orçamento do consumidor – diz o economista Antonio Villamil, chefe da empresa Washington Economics Group, em Coral Gables.

Nas bombas de gasolina, os morado-res do Sul da Flórida têm visto os preços subirem exorbitantemente nas últimas semanas. Em alguns postos dos condados de Broward e Palm Beach a gasolina comum chegou a $4 o galão.
- Se você for ao posto de gasolina, o preço está $0,21 ou $0,22 mais alto do que no mês passado. Não acho que haja jeito de esconder que o preço da gasolina está subindo muito, e que outros aumentos virão por aí – diz Sutart Scheiweitzer, estrategista de Mercados Globais do JP Morgan Private Bank.

Alimentos
Os preços dos alimentos, em abril, tiveram a maior elevação dos últimos 18 anos. Os números oficiais mostram que os preços subiram 5% em período de um ano. Alguns ítens ficaram bem acima da média. Leite e arroz subiram 13%. Os ovos ficaram 30% mais caros. Para o ano que vem, o U.S. Department of Agriculture (Ministério da Agricultura) prevê um aumento de 5% nos preços dos alimentos. Outros analistas, no entanto, acreditam que os preços poderão subir 10%.

Entre fevereiro de 2007 e fevereiro deste ano, a distribuição dos food stamps (vales-alimentação voltados para a população carente) subiu 19%. Foi o maior aumento em todo o país, que representa, aproximadamente, três vezes a média nacional. Nos condados de Broward e Palm Beach o número de pessoas recebendo food stamps, hoje, é de 170 mil.

Salários
De acordo com estatísticas federais, no ano passado, os preços ao consumidor no Sul da Flórida subiram 5,8%, mas a remuneração média, por hora, no condado de Broward aumentou, apenas, 3,2%. Em Palm Beach os salários, por hora, aumentaram 4,6%, e em Miami-Dade 4,2%.

A inflação tem superado os salários locais nos últimos quatro anos, com apenas uma exceção: o crescimento dos salários na área de Miami foi maior do que a inflação em 2006.

O Buerau of Labor Statistics ainda não tem as projeções de salários para 2008, mas o comportamento é o mesmo em todo o País. Em abril, o Labor Department (Departmento de Trabalho) informou que a média semanal de remunerações caiu 0,5%, quando o índice foi ajustado para cálculo da inflação.

Economize
Se você é brasileiro, e a sua memória é boa, muito provavelmente, você lembrará dos tempos de inflação no Brasil e das estratégias utilizadas para economizar na alimentação. Mas, se a memória falhar, aqui vão algumas dicas de Beverly Mills e Alicia Ross, autores do livro “Cheap. Fast. Good!” (Barato. Rápido. Bom!).

Comidas prontas são os ítens mais caros em uma lista de supermercado. Evite-os e perceba a diferença.

Leia os anúncios de produtos alimentícios antes de sair para as compras. Compre o que estiver em promoção, e produtos da estação.
Coloque o freezer para funcionar. Compre carnes na promoção e tenha seu estoque no freezer. Compre vegetais congelados que, em geral, são mais baratos que os frescos e, afirmam os autores do livro, são tão nutritivos quando os não congelados.

A comida mais cara é a que você joga fora. Se você comprou meio galão de leite e não consumiu antes que ele passasse da validade, passe a comprar um quarto de galão. Se você não quer, ou não pode reaproveitar a comida que sobrou, cozinhe apenas o que irá comer naquela refeição.
Tenha estratégia para usar os coupons. Comece com os coupons de $1 de desconto para os itens que você vai comprar, de qualquer maneira. Depois, espere que os produtos entrem em promoção para multiplicar suas economias.