Flórida tem a segunda maior parcela de imigrantes com 65 anos ou mais do país

Por Arlaine Castro

trabalho para pagá-las. Me sinto feliz assim. Dirijo todos os dias 25, até 40 milhas para cada casa que vou e me sinto autossuficiente, se parar de trabalhar acho que vou adoecer", menciona. Quase 20% da população da Flórida são imigrantes Apesar de já ser aposentada no Brasil, Talpo enfatiza que quer continuar trabalhando e ainda não pensou sobre aposentadoria aqui nos EUA. "Quero seguir trabalhando no que sei e gosto de fazer. Não pensei ainda em me aposentar aqui, sou aposentada no Brasil com um salário mínimo e aqui, enquanto tiver energia, sigo trabalhando", destaca. Perfil socioeconômico e força de trabalho De acordo com o estudo, os idosos nascidos no exterior também têm maior probabilidade de viver na pobreza do que os idosos nascidos nos EUA, embora ambos os grupos tenham taxas de participação semelhantes na força de trabalho. Grande parte dos idosos imigrantes permanece trabalhando até o fim da vida ou até quando a saúde lhes permite. Assim é para a engenheira mecânica aposentada Edina Makinodam, 64 anos, que mora há 4 anos em Pompano Beach e vive uma rotina ativa de muito trabalho. "De segunda a sábado, trabalho na cozinha de um restaurante grego e após o horário, atuo como cabeleireira em casa. Ah, também faço reparos em roupas", detalha. Descendente de japoneses, Makinodam morava em São Paulo, mas por causa do filho, decidiu vir para a Flórida. "Hoje estou aqui na América pelo meu filho, o futuro agora é dele, ele é game master, já trabalha, mas prefiro ficar perto", conta. E acrescenta que, morando no exterior, também fica mais fácil para ajudar a família no Brasil. Saúde e cuidados - idosos imigrantes mais vulneráveis Para profissionais da área da saúde, a diferença cultural influencia no cuidado dos imigrantes com a saúde, principalmente na terceira idade. São mais desafios que a população imigrante mais velha enfrenta, como a barreira imposta pela língua diferente e a falta de conhecimento sobre como funciona o sistema de saúde americano. Cidades da Flórida estão entre as que mais aumentaram a população em 2016 “Eu acho que eles têm muitas desvantagens. Existe a barreira do idioma, mas também o fato de eles não saberem como navegar no sistema. Eles não sabem que recursos existem, que oportunidades existem ", disse ao Miami Herald a nutricionista Leyanee Perez, que participa de feiras de saúde para idosos imigrantes como a do Santuário de Nossa Senhora da Caridade (ou a Ermita de la Caridad, como é mais comum em espanhol), em Miami-Dade. "Eles são mais vulneráveis ??do que outras pessoas americanas", completa. perspectivas de saúde se tornam mais complicadas. De um modo geral, segundo a pesquisa, os idosos sem documentos não têm seguro de saúde, o que significa que a maioria recorre a centros de saúde comunitários gratuitos que acabam mal equipados para prestar cuidados extensivos, por exemplo. E embora os idosos indocumentados sejam afetados pelos mesmos problemas crônicos que muitos em sua faixa etária experimentam, eles também precisam enfrentar os efeitos adversos de terem passado décadas trabalhando em condições fisicamente difíceis. Brasileiros idosos na Flórida A respeito da população imigrante idosa brasileira, o Consulado do Brasil em Miami diz que não possui um número exato tendo em vista que muitos brasileiros não informam a permanência na Flórida. Assim, o órgão se baseia também em relatórios do governo americano e dados do censo. Para uma visão geral, embora pequena, em 2018, foram emitidos pelo Consulado em Miami, 2.717 atestados de vida (prova que idosos precisam fazer junto ao INSS ou ao Consulado de que se está vivo para recebimento do INSS) e neste ano, de janeiro até hoje, foram 2.272. Leia também População imigrante garante centenas de milhões à economia da Flórida