O governador da Flórida, Rick Scott, anunciou na tarde do dia 15 a liberação de $7 milhões de dólares para que o estado possa enfrentar o ebola. A verba é para a compra de proteção para serem usadas por profissionais de saúde. O estado da Flórida já havia solicitado ao governo federal 100 roupas de proteção e 30 kits para teste da doença, mas o pedido não foi concedido.
O estado da Flórida ainda não conta com nenhum caso, embora algumas suspeitas foram registradas em Miami, Jacksonville e West Palm Beach. Todos tiveram resultado negativo.
Em todo o país, autoridades se mobilizam para evitar novos casos.
No dia 14, o diretor do Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), Tom Frieden, apresentou um plano ofensivo de combate ao ebola no país, especialmente para atender profissionais de saúde que atendam pacientes infectados. O anúncio foi feito um dia antes da confirmação da segunda vítima da doença no estado, na manhã do dia 15. Ela teria pego um avião de Cleveland para Dallas (Frontier Airlines – voo 1143) na segunda-feira, 13, e os 132 passageiros desse voo estão sendo chamados para exames.
A partir de agora, segundo Frieden, o CDC terá equipes de resposta imediata (Ebola Response Teams) que serão enviadas para qualquer hospital do país que receba paciente com suspeita de infecção.
Hospitais não estão preparados
Há um temor de que os hospitais do país não tenham estrutura e informação suficiente para lidar com o vírus.A preocupação maior é quanto à falta de equipamentos de segurança, como roupas de proteção contra doenças contagiosas para os profissionais de saúde. Também serão enviados a Dallas a equipe de especialistas que conseguiram controlar focos de ebola na África, nas últimas duas décadas.
Todos os enfermeiros deveriam usar os mesmos equipamentos utilizados pela equipe do hospital da Universidade de Emory, que transportou o primeiro paciente com ebola vindo da África, segundo o CDC, mas há queixas que muitos hospitais estão tentando economizar e adquirindo equipamentos mais baratos e menos efetivos.
Segunda enfermeira contaminada viajou de avião
Esta semana outra profissional de saúde que atendeu a vítima do ebola, Thomas Eric Duncan, no Texas Health Presbyterian Hospital, foi infectada. Amber Joy Vinson, 29 anos, foi o segundo caso de enfermeira infectada e deixou a categoria em alerta. A Associação Nacional de Enfermeiras (NNA) cobrou melhores condições de proteção no trabalho para os profissionais. Há queixas de que alguns profissionais foram forçados a trabalhar mesmo sem equipamento de proteção adequado. Enfermeiras também relatam que tiveram que cuidar de outros pacientes no hospital, mesmo depois de contato com o liberiano infectado.
O condado de Dallas já se prepara para a confirmação de possíveis casos, nos próximos dias. Até o dia 15, 125 pessoas já estavam sob observação por terem mantido algum contato com o liberiano Thomas Duncan, sendo que 48 deles já estavam sendo assistidos há duas semanas e 77 desde os últimos dias.
Mais de 4.400 mil pessoas já morreram no continente africano, nas últimas semanas, no pior surto do vírus já registrado no mundo. A OMS – Organização Mundial de Saúde, acredita que novos 10 mil casos surjam por semana na África, até o final do ano. Mas os casos nos Estados Unidos e na Europa, até agora, tem sido poucos e isolados.
O ebola pode causar febre, sangramento, vômitos e diarreia, e se espalha através do contato com fluídos corporais.