Flórida é o 7° estado com alto custo para cuidados com a saúde, aponta pesquisa

O estado vem sendo apontado como um dos mais caros na área, onde mais da metade dos floridianos adia ou evita os cuidados médicos e luta para pagar um seguro

Por Arlaine Castro

Mesmo pessoas que possuem cobertura por meio do Affordable Care Act ou o Medicaid estavam preocupados com a perda de cobertura.

Sete dos 10 principais estados cujos cuidados com saúde saem mais caros estão no sul dos Estados Unidos e a Flórida é o sétimo, segundo aponta o estudo "Preços dos hospitais nos Estados Unidos: uma análise de cidades e estados dos EUA", feito pelo Grupo de Pesquisa sobre Custo e Política em Saúde, e divulgado em setembro pela Universidade Johns Hopkins.

De acordo com o estudo, os 10 estados onde os cuidados com a saúde são mais caros são Texas, Nevada, Califórnia, Mississipi, Geórgia, Alabama,Flórida, Havaí, New Jersey e Louisiana.

Menos pessoas com

seguro de saúde

Foi registrado um acréscimo de quase 2 milhões de americanos que não estavam segurados em 2018 em comparação com o ano anterior. A parcela de pessoas sem cobertura de seguro-saúde também foi ligeiramente superior a 2017, cita o censo.

Na Flórida, o número de pessoas sem seguro de saúde aumentou ligeiramente de 12,9% para 13% da população total - um aumento de cerca de 50.000 pessoas - segundo o relatório anual do Census Bureau.

Uma outra pesquisa destaca que, na região central da Flórida, quatro em cada cinco habitantes que atualmente possuem seguro de saúde se declararam preocupados em não poder pagar assistência médica no futuro, seja assistência médica em domicílio, tratamento em caso de acidente grave ou seguro de saúde, como mostrou uma recente Pesquisa de Estado da Experiência em Saúde do Consumidor* (CHESS, em inglês), da Altarum.

Acessibilidade à

assistência médica

A preocupação da população com a acessibilidade à assistência médica é algo comum. Mas agora - pela primeira vez - uma nova pesquisa revela como as preocupações com o acesso a cuidados médicos ocorrem na Flórida.

O estado vem sendo apontado como um dos mais caros na área, onde mais da metade dos floridianos adia ou pula os cuidados médicos, luta para pagar suas contas médicas ou não tem seguro porque os serviços de saúde são muito caros, cita a pesquisa da Altarum.

Assim, 56% dos adultos sem seguro citaram 'muito caro' como o principal motivo para não ter cobertura. A repeito de atraso ou renúncia à assistência médica devido ao custo, quase metade (46%) dos adultos da Flórida encontrou uma ou mais barreiras relacionadas a custos para obter assistência médica nos últimos 12 meses, que incluem: 30% disseram que demoram mais para ir ao médico ou realizar um procedimento e 25% evitaram ir ao médico ou realizar um procedimento completo.

"Os resultados da pesquisa são um bom lembrete de que [os cuidados com a saúde] são uma fonte séria de angústia para os floridianos", disse Anne Swerlick, analista sênior de políticas de saúde e advogada do Instituto de Políticas da Flórida. "E é valioso para a educação pública em geral, porque o público precisa continuar pressionando seus legisladores a agir para ajudar a resolver esse problema que não acaba. "

Como pontos citados para os altos custos dos cuidados com a saúde estão os hospitais que cobram muito dinheiro e as empresas farmacêuticas que acabam aumentando os preço de remédios.

Medicaid/Obamacare

e as lacuna de

elegibilidade

Cerca de dois terços dos subsídios federais que os estados recebem é através do Medicaid. No entanto, uma proposta de emenda constitucional que pretende expandir o Medicaid sob o Affordable Care Act na Flórida foi adiada para 2022. Como resultado, famílias com renda abaixo do nível de pobreza continuam não sendo automaticamente elegíveis para o Medicaid.

"Ou você ganha muito bem (para pagar seguro) ou ganha muito pouco para se qualificar para o Obacamare, por exemplo. Muitas pessoas moram na Flórida há anos e não têm seguro médico também por isso", aponta Mirian de Sousa, agente da Vumi (seguradora de saúde internacional) que faz parte da True Financial Group e trabalha com diferentes tipos de seguros de vida internacional e seguro de saúde na Flórida.

Sousa atribui o alto custo do sistema de assistência à saúde nos EUA como um mix de fatores que somam o alto custo administrativo da saúde em geral e a falta de envolvimento do governo para controlar os preços no sistema de saúde.