Flórida segue tendência nacional em diminuição de nascimento de crianças e menos casais com filhos

Do total de 221,542 novos bebês nascidos na Flórida em 2018, 67,201 eram de origem hispana, segundo o CDC

Por Arlaine Castro

Casada há quase dois anos, a paulista Thaís Jesus diz que entrou em consenso com o marido sobre filhos.

A Flórida vem seguindo a tendência nacional em diminuição de nascimento de crianças. Mais de 3,79 milhões de bebês nasceram nos EUA em 2018 - 221,542 deles na Flórida -, segundo relatório dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, mas o número nacional representa uma queda de 2% em relação ao ano anterior e a menor taxa em 32 anos, aponta o centro. Já a Flórida conta com o terceiro ano seguido também de queda.

Mesmo com 3,791,712 nascimentos em 2018, o crescimento da população americana está quase estagnado. As estimativas do censo de um relatório de dezembro dizem que a população da América cresceu apenas 0,6% no período entre 1° de julho de 2017 e 1° de julho de 2018. A taxa de fertilidade dos EUA caiu para o nível mais baixo de todos os tempos em 2017 - o ano mais atual para o qual os dados estão disponíveis - com 60,2 nascimentos por 1.000 mulheres entre 15 e 44 anos, de acordo com o Centro Nacional de Estatísticas da Saúde.

Com os números da taxa total de fertilidade nos Estados Unidos também em queda , atingindo um recorde baixo de 1,7* nascimentos por mulher, isso significa que não nascem bebês suficientes para substituir os atuais níveis populacionais. Os Estados Unidos contam com cerca de 329,955,712 milhões de pessoas, informa o US Census Bureau.

Para manter a população atual, o relatório diz que as famílias americanas precisam ter 2.100 nascimentos por 1.000 mulheres.

Nascimentos

em números

Uma pessoa nasce a cada 8 segundos e uma morte ocorre a cada 11 segundos no país, calcula o censo. No entanto, seguindo uma tendência nacional, menos mulheres estão engravidando - com destaque para a faixa etária de 15 a 40 anos. Consequentemente, o número de crianças vem diminuindo ao longo dos anos, bem diferente do período chamado "Baby Boom" que durou de 1954 a 1964 e foi quando a América excedeu mais de 4 milhões de nascimentos anualmente.

Flórida - quarto

estado em número

de nascimentos

Atrás somente da Califórnia, Texas, Nova York em estados com maior número de nascimentos no ano de 2018, a Flórida teve 221,542 novos bebês nascidos no estado em 2018, segundo relatório dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças que aponta a taxa geral de fertilidade (TFG) dos Estados Unidos em 2018 de 59,1 nascimentos por 1.000 mulheres entre 15 e 44 anos - uma queda de 2% a partir de 2017 quando a taxa foi de 60,3 - e uma taxa baixa recorde para a nação - taxa de 12,13.

Diferente do número total do CDC, o Departamento de Saúde da Flórida registrou 221.508 nascidos vivos em 2018, ante 223.579 em 2017 e 225.018 em 2016.

Filhos de brasileiros

na Flórida

Do total de 221,542 novos bebês nascidos na Flórida em 2018, 67,201 eram de origem hispana, segundo o relatório do CDC. Incluídos nessa categoria, filhos de brasileiras nascidos na Flórida somaram 1.827 em 2018, conforme registros de nascimento emitidos, segundo o Consulado do Brasil em Miami. Em 2019, até a presente data, o número de registro de nascimento contabiliza 1.710 filhos de brasileiros nascidos na Flórida, segundo o órgão.

Menos adolescentes

grávidas

Entre adolescentes - a taxa de natalidade de mulheres entre 15 e 19 anos nos Estados Unidos em 2018 foi de 17,4 nascimentos por 1.000, queda de 7% em relação a 2017, quando a taxa foi de 18,8. Desde 2009, a taxa de filhos de adolescentes caiu gradativamente a cada ano.

O número de nascimentos de filhos de adolescentes de 15 a 19 anos foi de 179.871 em 2018, também caiu 7% em relação a 2017, quando foi de 194.377). Na Flórida, em 2018, quase 2.500 meninas com menos de 18 anos deram à luz, segundo o Florida Health.

Nos últimos dois anos, conforme o relatório, as taxas de nascimento diminuíram para mulheres de 15 a 34 anos, aumentaram para mulheres entre 35 e 44 anos, e não foram alteradas para mulheres com idade entre 10 e 14 anos e 45 e 49 anos.

Por que mais

mulheres decidem

não ter filhos

Mudanças sociais refletem a baixa nos números de nascimentos. Muitos jovens estão adiando o casamento e iniciando famílias mais tarde e mais mulheres também estão optando por não ter filho.

"Estamos claramente no meio de uma grande mudança social no que diz respeito às mulheres se casarem e escolherem ter filhos", disse à NBC News Donna Strobino, professora da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg. "Não há dúvida de que parte da explicação para isso é econômica. Atualmente, é muito caro criar filhos. E em parte é social - todas as mudanças nos papéis das mulheres", completa.

*Dados de relatórios das Estatísticas Vitais dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos.