O melhor presente de Natal possível: as cirurgias de Luna

Campanha continua para as próximas cirurgias de Luna, na Rússia

Por Marisa Arruda Barbosa

Luna e sua boneca. O brinquedo vem sendo comercializado para ajudar a família a custear as cirurgias necessárias.

O ano de 2019 foi sem dúvida um ano "surreal" para Carol Fenner. Primeiro, o susto ao dar à luz a pequena Luna, uma bebê saudável durante toda a gestação, mas que nasceu com uma mancha (nevo) cobrindo 80% de seu rosto. Além da preocupação estética, as chances de as manchas virarem um câncer são grandes. Por isso, começou a saga e a corrida contra o tempo em visitas a médicos por todo o país, disputa com seguros de saúde e, finalmente, a decisão de ir para a Rússia fazer as cirurgias.

Mas Carol finaliza o ano feliz e não poderia ter pedido um presente de Natal melhor do que esse. Depois de todo o esforço, ela vê resultados positivos das primeiras cirurgias da pequena Luna, com apenas 9 meses. "Ainda falta muito, mas estamos muito felizes com os resultados e, principalmente pela Luna não sentir dor e estar sempre feliz. Estou feliz por ter apostado em meus instintos e ter vindo para a Rússia! Obrigada a todos pelas orações e doações!", escreveu Carol em um post nas redes sociais.

Depois de consultar mais de 15 médicos nos Estados Unidos, Carol resolveu que a opção mais eficaz e menos agressiva seria ir fazer as cirurgias em outro país, com o especialista e também oncologista Dr. Pavel Popov.

As primeiras

cirurgias

Em setembro, mãe e filha embarcaram para a realização das primeiras cirurgias para a remoção do nevo. Foram feitas duas cirurgias em uma parte da da testa. "A primeira foi para remover a mancha e a segunda para colocar um enxerto em uns buraquinhos", explicou Carol, que vive em Pompano Beach. "O médico aproveitou a segunda cirurgia para fazer o procedimento também embaixo dos olhos, uma das áreas mais delicadas".

"Ainda não sabemos do resultado final. A parte da testa já está branca e no processo de cicatrização", acrescenta.

Em declaração à imprensa local, Dr. Popov, que é pioneiro no método não invasivo para tal condição com o uso de laser, disse que nem todos os pacientes tiveram a mesma sorte que Luna e ela está tendo uma boa cicatrização.

De acordo com Carol, as cirurgias parecem muito pouco agressivas para sua filha. "Ela não precisa de anestesia geral e sai praticamente rindo de cada uma das cirurgias", observa Carol.

A próxima viagem de Luna para a Rússia está programada para janeiro de 2020, mas Carol ainda está batalhando para conseguir alguma ajuda para a compra das passagens.

Repercussão

O caso de Luna tem tomado proporções internacionais desde que sua mãe iniciou a campanha, logo após o seu nascimento. A doença da menina, chamada Congenital Melanotic Nevus (Nevo, em português), afeta somente 1,5% da população mundial e pode se transformar em câncer de pele.

Ao chegar na Rússia, Carol relata que havia aproximadamente 15 repórteres esperando por elas no aeroporto. "Lá, por ficarmos em uma cidade pequena (Krasnodar), quase não podemos andar na rua. Já precisei até fugir de repórter!"

O caso já foi publicado em jornais e revistas do mundo inteiro e tem trazido maior conscientização, não só sobre o Nevo, como também sobre o tratamento pioneiro ao qual Luna está sendo submetida.

Conforme o caso tem sido divulgado, mais pessoas têm buscado a ajuda do especialista russo.

O tempo previsto para finalizar o tratamento era de um ano e meio, mas foi preciso interromper as cirurgias do rosto para operar outras áreas do corpo de Luna, já que o médico encontrou três pontos de Nevo com melanoma (câncer), o que nenhum médico dos Estados Unidos detectou, segundo afirma Carol.