Audiência pode favorecer Raffaelle Sousa em caso de bebê jogada na lixeira

Defesa alega que a brasileira não teve seus direitos "apresentados em português"

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Rafaelle Sousa admitiu ter jogado a filha recém-nascida numa lixeira.

A brasileira Rafaelle Sousa, acusada de abandonar sua bebê recém-nascida em uma lixeira, diz que sua confissão deve ser inutilizada porque os interrogadores se atrapalharam com seus direitos. Eles não a alertaram em português, e suas palavras poderiam ser usadas contra ela no tribunal, de acordo a defesa.

A bebê sobreviveu, no dia 8 de maio, após ser resgatada por trabalhadores da manutenção que retiraram a criança de quase da lixeira. Dois meses depois, seu pai biológico ganhou a custódia da criança, chamada Sarah.

Mas o processo criminal contra Rafaelle Sousa - por tentativa de assassinato e abuso de crianças - ainda está em estágio inicial. Ela está presa na cadeia do condado de Palm Beach sem direito a fiança.

Os advogados de Rafaelle estão pedindo à juíza Kirk Volker que impeça os promotores de usar declarações incriminadoras que ela deu aos detetives após a descoberta da bebê chorando em uma lixeira do complexo de apartamentos onde ela morava.

Na época, brasileira morava nos Estados Unidos há quatro anos e não tinha a capacidade de "ler, escrever ou falar inglês", alegam os advogados J. Samantha Vacciana e David Casals.

Também afirmam que Fraga, como tradutora de português, não leu todos os direitos para Raffaelle antes de interrogá-la, de acordo com uma transcrição de sua entrevista.