Flórida pode enfrentar crise econômica e turística pelo coronavírus

Saiba como o estado vem enfrentando a propagação da doença e preparando hospitais e a população para o vírus que se espalha rapidamente pelo mundo

Por Arlaine Castro

O governador da Flórida, Ron DeSantis, declarou estado de emergência em virtude do aumento de casos no estado.

Com uma alta demanda turística e onde um quarto da população tem mais de 60 anos e por isso se encontra na faixa etária de risco, a Flórida vem lutando contra a propagação do coronavírus para evitar que o estado seja atingido por uma provável crise econômica. "Você precisa temer tudo", disse o prefeito de Miami, Francis Suarez, em coletiva na terça-feira, 10. "Você tem medo de infecções generalizadas, teme pelos vulneráveis e idosos em sua comunidade, teme o impacto econômico, porque se isso não for contido em um curto período de tempo... Pode ser algo que é incapacitante, não apenas para Miami, mas para o mundo".

Os casos de coronavírus Covid-19 (nome dado à doença provocada pelo Sars-Cov-2) estão se espalhando rapidamente pela Flórida, assim como tem acontecido em todo o mundo. Com 21 casos confirmados e duas mortes no estado até a quarta-feira, 11, o governo, autoridades escolares e hospitais locais têm lutado para combater a propagação do coronavírus e sanar as principais dúvidas da população.

Impacto no turismo e economia

O coronavírus já está começando a ter um efeito impactante na maior indústria do estado - o turismo - que fatura mais de 86 bilhões de dólares por ano e emprega 1,5 milhão de pessoas. O negócio de navios de cruzeiro começa a ver uma crise com a suspensão de passeios. A American Airlines, um dos maiores empregadores do sul da Flórida, anunciou na terça-feira que reduzirá os voos domésticos e internacionais. Ainda na terça, a Universidade da Flórida disse aos professores para fazer a transição para aulas online.

Eventos cancelados

Miami, por exemplo, adotou uma política que pede o cancelamento de qualquer reunião que deve atrair 25 mil pessoas ou mais. A política resultou no cancelamento do gigantesco Ultra Music Festival, bem como do Calle Ocho Festival anual, em Little Havana, onde eram esperadas 250 mil pessoas.

Segundo o departamento de turismo do estado, a Flórida recebe 130 milhões de visitantes anualmente, cerca de 10% dos quais vêm de fora dos Estados Unidos. Um estudo em 2017 estimou que os turistas da Flórida gastaram US$89 bilhões em hospedagem, alimentação, entretenimento, compras e transporte.

Nathaniel Line, professor associado da Dedman School of Hospitality da Florida State University, disse em entrevista ao Washington Post que os gerentes de hotéis estão relatando cancelamentos generalizados nos negócios de convenções. O cancelamento de cinco grandes convenções em Orlando nos últimos dias resultou em um impacto de US$280 milhões na economia local, de acordo com o Centro de Convenções de Orange County.

Kristen Knapp, porta-voz da Associação de Assistência à Saúde da Flórida, disse ao Washignton Post que os lares de idosos e as instalações de assistência assistida estão trabalhando há semanas para tentar gerenciar os riscos, inclusive restringido visitas. O jornal contabiliza ainda que existem cerca de 700 casas de repouso e 1.300 instalações de vida assistida na Flórida, atendendo a 160.000 pessoas. Ou seja, há uma grande população na faixa etária mais vulnerável.

Para evitar a propagação, o Departamento de Educação da Flórida (FDOE) está trabalhando em estreita colaboração com o Departamento de Saúde da Flórida (FDOH) e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC)."Atualmente, existe um risco baixo na Flórida. Planejar e preparar é sempre importante e o FDOE entende que as preocupações com saúde e segurança são fundamentais para todas as comunidades educacionais", declarou o órgão.

Como os órgãos de saúde e os hospitais estão lidando com pacientes infectados e se preparando?

Segundo o Departamento de Saúde da Flórida, os moradores não precisam se preocupar porque qualquer hospital local está equipado para lidar com o COVID-19. "Os indivíduos serão avaliados em qualquer hospital local e os testes serão realizados em Jacksonville, Miami ou Tampa e enviados ao CDC para avaliação", explica o órgão.

"Estamos preparados para responder a possíveis casos e temos protocolos bem estabelecidos para lidar com qualquer surto em potencial", informa o Jackson Memorial Hospital em Miami.

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