Os desafios para a retomada do mercado imobiliário da Flórida

Especialistas e compradores falam sobre a atual situação e os novos desafios para o mercado imobiliário pós pandemia

Por Arlaine Castro

Em Miami-Dade, as vendas totais de residências caíram 40,1%, de 2.629 em abril de 2019 para 1.576 em abril de 2020, de acordo a Associação de Corretores de Imóveis de Miami.

Como quase todos os outros setores, o setor imobiliário da Flórida também foi duramente atingido pela crise da COVID-19. À medida que o estado reabre, especialistas e compradores falam sobre a situação e os novos desafios para o mercado pós pandemia.

Nacionalmente, os valores das residências aumentaram 5,4% ao ano até abril, um forte aumento em relação ao aumento anual de 4,5% registrado em março, segundo o CoreLogic, publicado pela CNBC. O ganho de preços foi impulsionado por uma queda recorde no fornecimento de casas para venda. Alguns vendedores não apenas retiraram suas listagens do mercado, em abril, mas a maioria dos que planejavam listar decidiu esperar. A Associação Nacional de Corretores de Imóveis está prevendo uma queda de 11% nas vendas de 2020 em comparação com 2019.

Orlando

Novos dados da Associação Regional de Corretores de Orlando mostram que as vendas de casas caíram 28% no mês de abril, em comparação com o ano anterior. "O tipo de pandemia nos alcançou um pouco", disse o presidente da Associação Regional de Corretores de Imóveis de Orlando, Reese Stewart ao canal News6.

Casas de temporada

em Orlando

Para o corretor brasileiro Jamil Swaid, que trabalha na Alpha Leader Vacation Homes, em Orlando, as vendas de imóveis para temporada caíram nos últimos três meses, mas nas últimas duas semanas já mostraram sinais de reaquecimento. "Espero que se normalize até julho, ou até o final de julho", analisa.

O mercado de aluguel de casas de temporada teve um impacto muito grande, com cerca de 50% de clientes com dívidas em aluguéis, devendo um ou dois meses anteriores, segundo Swaid. "Mas já estamos negociando. O que impactou diretamente para a gente foi o governo ter proibido o aluguel em casas de férias; não podíamos alugar, receber pessoas nesse período, enquanto resorts continuaram permitidos", afirma.

Mas a recuperação já está sendo sentida."Conseguimos fechar o mês de maio bem melhor do que o anterior, depois que o governo definiu que poderíamos voltar a alugar casas de temporada", diz.

Miami

As vendas de apartamentos e casas caíram quase 40% em Miami-Dade e Broward, em relação ao mesmo mês de 2019, de acordo com o relatório da Associação de Corretores de Imóveis de Miami, em abril de 2020. A atividade seguiu um forte desempenho em março. Ainda assim, os preços médios continuaram a aumentar.

Em Miami-Dade, as vendas totais de residências - apartamentos e casas- caíram 40,1% em um ano, de 2.629 em abril de 2019 para 1.576 em abril de 2020. As transações somente de casas (single-family) diminuíram 31,6%; e as vendas de apartamentos (condo) sofreram queda de 47,9%.

Os preços médios subiram para casas e apartamentos, apesar da pandemia e da queda nas vendas. O preço médio das casas cresceu 7,3%, de US $ 356.000 para US $ 382.000. E o preço médio dos apartamentos aumentou 6,9%, de US $ 248.000 para US $ 265.000.

João Freitas, corretor de imóveis na AG Real States Advisors em Miami, salienta que para casas e apartamentos os juros do financiamento estão muito baixos, o que mantém o mercado. "Não está raro ver gente conseguindo financiamento abaixo de 3% ao ano. Isso encoraja qualquer um. Eu trabalho mais no mercado de alto padrão (classe média/alta ao luxo $800 mil para cima), e antes do coronavírus estava devagar, mas se manteve relativamente estável por causa dos juros muito convidativos", disse.

Freitas ressalta ainda que a maioria dos clientes refinanciou a dívida por valer muito a pena no momento.

Já para casas de até uns U$400/500 mil (no mercado de Miami esse é o valor de imóveis de classe média), o corretor salienta que o mercado teve uma melhora bem interessante, também pelos juros baixos. "Quem entende de mercado sabe que, apesar da renda estar instável, vale a pena arriscar porque, cedo ou tarde a crise passa, mas pagar 3% ao ano fica", ressaltou. Leia a matéria completa no gazetanews.com.