França e Alemanha propõem imposto comum sobre transações financeiras

Por Gazeta News

O Presidente francês, Nicolas Sarkozy, gesticula ao responder perguntas, com a chanceler alemã Angela Merkel.

Angela Merkel, a chanceler da Alemanha, e Nicolas Sarkozy, presidente da França, disseram no dia 16, que vão propor em setembro à União Europeia a instauração de uma taxa comum sobre transações financeiras.

Os dois líderes defenderam ainda a criação de um “verdadeiro governo econômico” na zona do euro, com objetivo de garantir o equilíbrio das contas dos países e evitar o agravamento da crise das dívidas -- que derrubou Portugal, Grécia e Irlanda e agora ameaça Espanha e Itália.

As propostas foram feitas em meio à pressão sobre a zona do euro para adaptar sua arquitetura e superar os temores dos investidores sobre sua solidez.

“Os ministros de Finanças alemão e francês vão apresentar uma proposta comum para um imposto sobre as transações financeiras. Isto é uma prioridade para nós”, disse Sarkozy.

Merkel e Sarkozy, contudo, rejeitaram a proposta italiana de criação de bônus da zona do euro, um passo a frente na consolidação da política fiscal que tornaria as dívidas de governos individuais em um fardo comum.

A chanceler alegou que uma das tarefas dos países da zona do euro é reconquistar a confiança e a criação de títulos comuns, o que não ajudaria.

“O que nós estamos propondo aqui são meios pelos quais podemos resolver a crise agora e reconquistar a confiança. [...] Eu não acho que títulos europeus vão nos ajudar nisso”, disse.

“Bônus da zona do euro podem ser imaginados um dia, mas no fim do processo de integração europeia e não no começo”, completou o francês Sarkozy.

A outra proposta dos líderes é a criação de um conselho formado por chefes de Estado e de Governo dos países da região para discutir a política econômica.

O órgão se reuniria duas vezes ao ano --mais em tempos de crises. A presidência do órgão seria assumida pelo presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, no primeiro mandato de dois anos e meio.

A chanceler propôs ainda que os países da zona do euro repensem suas políticas econômicas e incluam a obrigatoriedade de um orçamento equilibrado em suas constituições.