França: Ministro é a favor da imigração coordenada.

Por Gazeta Admininstrator

O ministro do Interior da França, Nicolas Sarkozy, permanece em sua posição de que a imigração clandestina é um beco sem saída, e que, para evitar episódios como os que acontecem nas Ilhas Canárias, deve haver coordenação entre os países de origem e os de destino.

Durante uma entrevista realizada pelo jornal "Le Journal du Dimanche", Sarkozy rejeitou a idéia de "imigração zero" e do livre acesso aos imigrantes. Defendeu que "a emigração deve ser escolhida pela França e pelos países de imigração", além de "ser organizada para servir ao desenvolvimento dos países de origem".

O ministro, que acaba de voltar da África onde percorreu vários países, ressaltou que a Europa não é o que as redes de imigração clandestina prometem.

Sarkozy negou que essa viagem tenha recebido uma resposta hostil em relação a sua política, em particular o projeto de lei sobre imigração debatido no Parlamento.

Questionado se sua política migratória pode ser eficaz sem o apoio de outros países europeus, o ministro francês disse que "não podemos ficar de braços cruzados registrando os números sem tentar controlá-los" e lembrou que a África representa 65% dos fluxos em direção à França.

Sarkozy acrescentou que "como enfrentam os mesmos problemas, nossos principais parceiros europeus tomam as mesmas decisões que nós".

Em reunião realizada com o titular do Interior marroquino, Chakib Benmoussa, os ministros decidiram aplicar imediatamente os acordos feitos por 10 países das duas margens do Mediterrâneo na semana passada, com o objetivo de fornecer apoio técnico e financeiro para os países com necessidades e compartilhar boas práticas.

Os países europeus e norte-africanos que integram a Conferência de Ministros do Interior do Mediterrâneo Ocidental (CIMO) decidiram articular medidas de assistência, caso um dos membros receba um fluxo de imigrantes em massa.

Sarkozy disse querer que sua política em relação à África rompa com "os velhos demônios do paternalismo, do clientelismo, da complacência" e com "as redes ocultas e os emissários da sombra", práticas que prejudicaram a França e os africanos.