Fuga de 152 detentos deixa Bauru (SP) em pânico

Por Gazeta News

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[caption id="attachment_135897" align="alignleft" width="275"] Foto: Reprodução.[/caption]

A cidade de Bauru vive momentos de pânico e medo com a fuga de 152 detentos do Centro de Progressão Penitenciária 3 (CPP-3) de Bauru, no interior de São Paulo, na manhã desta terça, 24.

Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), policiais militares já recapturaram 100 homens, mas 52 continuam foragidos. Todos os envolvidos na rebelião e os apreendidos regredirão ao regime fechado. Parte dos detentos serão levados ao Centro de Detenção Provisória (CDP) I e II de Bauru, outros para presídios da região e cerca de 600 devem ficar na penitenciária.

Um dos 10 presos apontados pela polícia como responsáveis pela rebelião é Jeferson da Silva Talarico, que estava com celular no momento da inspeção de rotina e teria sido o motivo da rebelião.

De acordo com a Polícia Civil, Jeferson foi o único preso que conseguiu fugir do CPP, os outros nove foram rendidos ainda dentro do presídio. Os 10 presos serão autuados por associação criminosa, incêndio, dano ao patrimônio público, motim qualificado e tentativa de cárcere privado.

Durante uma coletiva na tarde desta terça-feira, o coronel da Polícia Militar Flávio Kitazume descartou relação com outras rebeliões que estão acontecendo no país. “Em nenhum momento houve refém e por isso descartamos este caso em relação aos demais fatos que estão acontecendo em outras regiões do país e isso nos tranquiliza. ”

Segundo informações da Polícia Militar, os presos colocaram fogo no prédio de três pavilhões e conseguiram fugir. O capitão da Polícia Militar Juliano Loureiro diz que a situação foi controlada ainda de manhã.

Inúmeros estabelecimentos comerciais próximos à unidade, na região central e em outros bairros fecharam as portas com receio de assaltos e furtos. Uma universidade, agências dos correios e a unidade do Poupatempo local também deixaram de funcionar.

Viaturas da Polícia Militar estão por toda a cidade em busca dos fugitivos. Dois helicópteros Águia, da Tropa de Choque, da cavalaria, além de equipes de várias cidades vizinhas dão apoio às buscas.

Segundo a SAP, o CPP 3 - antigo IPA (Instituto Penal Agrícola) - funciona em regime semiaberto e tem capacidade para 1.124 pessoas, mas abriga atualmente 1.427 presos. Já o sindicato dos agentes funcionários afirma que o CPP 3 tem capacidade para 742 presos e abriga 1.500.

O regime do CPP 3 é semiaberto e todos os detentos têm direito a trabalhar ou estudar fora da unidade. Segundo a SAP, hoje, 208 presos trabalham fora da penitenciária, outros 65 em empresas dentro da unidade e358 trabalham em atividades de manutenção do próprio presídio. Os outros estão em férias escolares ou aguardam conseguir uma atividade.

Uma perícia ainda será feita na penitenciária, mas a Polícia Civil acredita que mais de 80% dos prédios foram destruídos. O alojamento, a cozinha e a escola foram tomadas pelo fogo. Só a parte de administração não foi afetada pela rebelião.

A Secretaria da Administração Penitenciária informou que as reformas serão feitas após a vistoria do Núcleo de Engenharia da SAP para realizar o levantamento das partes afetadas e, iniciar as medidas para recuperação do prédio.

Com informações do G1.