Fundador da TelexFree, Sann Rodrigues está em prisão domiciliar nos EUA e entrega passaporte

Por Gazeta News

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Mais de um ano depois que a TelexFree Inc. recebeu acusações estaduais e federais, o principal agente da companhia, com base em Marlborough (MA) foi preso por motivos não relacionados.

Sanderley Rodrigues Vasconcelos, de 43 anos, conhecido também como Sann Rodrigues, foragido da Justiça brasileira por comandar outro suposto esquema de pirâmide financeira, a Ifreex, foi preso no dia 16 de maio, pelo Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, acusado em uma corte federal em Boston de fraudes relacionadas a vistos e outros documentos. Sann tinha sua residência nos EUA em Davenport, na Flórida.

De acordo com a procuradora-geral da União, Carmen M. Ortiz, Sann apresentou um green card para agentes do Customs and Border Protection no dia 3 de maio, no Logan International Airport, em Boston, acusado de ter obtido o documento baseado em informações falsas dadas a oficiais de imigração. Ele foi preso mais tarde, no dia 16, no Newark International Airport, quando chegava de uma viagem a Israel.

Há indícios de que ele tenha morado ilegalmente nos EUA entre 2003 e 2006. Em 2009, Sann conseguiu um visto de turista. Na ocasião, disse ao consulado que nunca havia entrado sem visto nos Estados Unidos.

As irregularidades de Sann se agravaram porque mesmo tendo apenas autorização para passeio, ele exerceu atividades econômicas na região, segundo as investigações. Sann conseguiu o green card em 2012. Durante a triagem, ele sonegou informações de que havia cometido infrações nos EUA.

Apesar de responder por suspeitas de fraudes para obter o green card, segundo fontes ligadas à investigação, é possível que a prisão se trate de uma manobra, organizada em conjunto com a Polícia Federal brasileira, para impedir que Sann continue a conduzir esquemas de pirâmide.

Prisão domiciliar Depois de uma audiência no dia 21, em Newark, Sann foi solto com o pagamento de uma fiança estabelecida a $200 mil dólares. Ele está em prisão domiciliar, tem que usar tornozeleira eletrônica, e tanto ele quanto seus familiares precisaram entregar o passaporte a autoridades.

Sann é uma figura polêmica. Em 2006, ele foi acusado de montar a pirâmide financeira Foneclub, que causou prejuízos milionários em Massachusetts.

O esquema, aliás, tinha raízes no Espírito Santo, onde o empresário registrou negócios com nomes semelhantes: Universo Foneclub, Mix Phone Club e a Phone Club.

Nos EUA, a fraude consistia na venda de cartões telefônicos pré-pagos como investimentos. No Brasil, a empresa, trabalhava nos moldes da TelexFree. Recrutava pessoas, prometendo lucro por meio da comercialização de VoIP. O serviço, aliás, também foi considerado clandestino pela Anatel, no Brasil.

Em abril de 2014, a Securities and Exchange Commission disse que Sann é o líder em uma fraude global conduzida pela TelexFree que chegou a $1 bilhão de dólares. A companhia vendia serviços de telefonia de longa distância para brasileiros e outros imigrantes, mas promotores alegam que a companhia ganhou a maior parte do dinheiro através dos promotores, aos quais prometia retorno financeiro pela indicação do serviço.

Os dois donos da Telexfree nos EUA foram condenados por fraude criminal. James Merrill, de Ashland, está solto depois do pagamento de fiança, enquanto seu sócio, Carlos Wanzeler, fugiu, no ano passado, para o Brasil.

Fontes: Boston Globe e Gazeta Online.