Fundadores da Renascer estão em presídio que abriga terrorista e chefe mafioso

Por Gazeta Admininstrator

Os fundadores da Igreja Apostólica Renascer em Cristo, Sonia e Estevam Hernandes, estão presos no mesmo presídio americano que abriga um homem acusado de ter ligações com a organização terrorista Al Qaeda, de Osama Bin Laden, e integrantes da família Gambino, uma das cinco organizações da antiga "Cosa Nostra" de Nova York.

De acordo com informações do Ministério Público do Brasil e do Consulado dos Estados Unidos em São Paulo, Sônia e Estevam Hernandes ocupam celas separadas e dividem espaço com outros presos do Centro de Detenção Federal (FDC, na sigla em inglês) em Miami, na Flórida, desde terça-feira (9). Nesta quinta-feira, o MP pediu à Justiça a extradição do casal.

O casal foi preso após tentar entrar nos Estados Unidos com US$ 56,5 mil em dinheiro vivo, não declarados. Quando foi parado pelo serviço de Alfândega americano, casal levava dinheiro escondido até na capa de uma Bíblia. Segundo um documento da imigração americana, traduzido para o português, o dinheiro estava, além da Bíblia, escondido em um porta-CDs, em uma mochila e em parte da bagagem despachada.

O FDC de Miami é um das maiores prisões federais dos Estados Unidos. O prédio de 17 andares que fica na região central de Miami abriga até 1,6 mil presos, a maioria de detentos que ainda aguardam julgamento, além de escritórios do Federal Bureau of Prisons (BOP), órgão que administra as prisões federais do país.

O mais famoso "morador" do FDC é José Padilla, indiciado por conspiração contra o governo norte-americano e acusado de fazer parte da organização terrorista Al-Qaeda. Padilla, rebatizado Abdullah al-Muhajir ao se converter ao islamismo, está no FDC desde o dia 3 de janeiro de 2006. Nascido em Nova York, filho de imigrantes de Porto Rico e ex-integrante da gangue "Latin Kings" de Chicago, foi preso como "inimigo do Estado" ao chegar nos EUA de uma viagem para o Iraque em 2002.

O presídio abriga também integrantes da máfia norte-americana, como Anthony "Tony Pep" Trentacosta, chefe das operações da família Gambino em Atlanta, condenado por extorsão em fraude em 1999. Frederick Massaro, responsável pelos restaurantes operados pela família do crime em Miami, e Julius Chiusano, que falsificava cheques para a gangue, também passaram uma temporada no presídio. Massaro morreu em 2001, e Chiusano foi liberado em 2003.

Na quarta-feira (10), o chefe da Divisão de Cooperação e Operações Policiais Internacionais da Polícia Federal, Glorivan Bernardes de Oliveira, representante da Interpol no Brasil, havia afirmado ao G1 que os bispos estavam soltos sob fiança em Miami.

Habeas-Corpus

O advogado do casal e presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D’Urso, afirmou que entra nesta quinta-feira (11) no Tribunal de Justiça com um pedido de Habeas Corpus para tentar derrubar a prisão preventiva. A defesa vai alegar que eles são primários, têm residência fixa e, por isso, têm o direito de responder ao processo em liberdade.