Furacão arranca parte de teto de estádio em Nova Orleans

Por Gazeta Admininstrator

O furacão Katrina, um dos piores a atingir os Estados Unidos, está castigando Nova Orleans com rajadas de vento que se aproximam dos 300 km/h e que já levaram embora parte do telhado do estádio Superdome, onde milhares haviam procurado abrigo.
A governadora do Estado da Louisiana, Kathleen Blanco, disse que o local – onde estão cerca de nove mil pessoas – não corre perigo.

Clique aqui para ver um vídeo sobre a chegada do Katrina à Louisiana

Clique aqui para ver fotos da fuga dos moradores na região de Nova Orleans

Jornalistas no local disseram que placas de metal do telhado foram arrancadas, permitindo que a água da chuva começasse a entrar no interior do enorme estádio coberto onde costuma-se realizar, entre outros eventos, os jogos decisivos de futebol americano.

O olho do furacão está chegando ao continente pelo sul depois de cruzar a costa de Grand Isle, na Louisiana.

Um correspondente da BBC no local, Alaistair Leithead, disse que as tempestades na cidade se transformaram em paredes de água, escorrendo como cachoeiras dos edifícios mais altos, e o barulho do vento é interrompido apenas pelo estalo das linhas de fornecimento de energia elétrica sendo interrompidas.

A maior parte da população de Nova Orleans – mais de 80% - deixou suas casas no fim de semana.

As autoridades americanas descreveram o Katrina como um furacão "extremamente perigoso". Meteorologistas chegaram a classificá-lo como categoria 5 – a maior na escala de intensidade - mas depois o rebaixaram para a categoria 3.

Apenas três furacões de categoria 5 atingiram os Estados Unidos desde que esses dados passaram a ser computados. O último a atingir a área da Louisiana foi o Furacão Camille, em 1969, que matou mais de 250 pessoas.

Fuga

Clique aqui para entender como se forma um furacão

Abrigos de emergência foram montados para aqueles que não puderam deixar a cidade e alguns residentes se refugiaram em hotéis e igrejas situados em regiões mais elevadas.

Nova Orleans está em uma depressão geográfica, a dois metros abaixo do nível do mar, e, segundo o prefeito da cidade, Ray Nagin, há o temor de enchentes com as chuvas após a passagem do furacão.

Hotéis em uma distância de até 240 km da cidade estavam completamente lotados já no domingo.

Um estádio local foi aberto para oferecer abrigo às pessoas que não pudessem deixar a cidade.

Sacos de areia foram colocados nas entradas de lojas e casas para tentar protegê-las das chuvas e do vento.

"Eu rezo por aqueles que não conseguiram deixar a cidade. Acredito que o furacão vai destruir a cidade que eu amo tanto", disse uma moradora .

O presidente americano, George W. Bush, decretou estado de emergência nos Estados de Louisiana, Alabama e Mississippi, abrindo o caminho para o envio de ajuda federal às pessoas afetadas.

"Se o furacão chegar à área de Nova Orleans com a mesma força que está agora, será o furacão mais intenso a atingir a região desde que começamos a fazer essas medidas", diz Ed Rappaport, do Centro Nacional de Furacão dos Estados Unidos.

Petróleo

Devido ao furacão, as 21 plataformas de petróleo na costa da Louisiana, no Golfo do México, foram evacuadas.

Elas são responsáveis por cerca de 25% da produção doméstica de gás e petróleo nos EUA.

Nesta segunda-feira na Ásia, o preço do barril de petróleo aumentou cerca de US$ 5 e chegou a ser negociado a US$ 70,80.

Especialistas temem que a segunda incursão do furacão Katrina pelo continente possa ser ainda mais devastadora do que a primeira, na Flórida, onde deixou pelo menos sete mortos.