G20 tenta evitar 'racha' por causa de ofertas de ricos

Por Gazeta Admininstrator

Amorim disse que ainda não recebeu qualquer 'proposta indecente'
A primeira reunião formal do G20 durante a Sexta Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), nesta terça-feira em Hong Kong, foi rodeada por preocupações de desunião do grupo ao longo dos seis dias de negociação.
Teme-se que alguns países dentro do bloco, cuja liderança informal é dividida entre Brasil e Índia, sejam cortejados por países ricos com propostas que levem à fratura do grupo.

“Destacamos, entre outras coisas, a importância da união do grupo como um elemento fundamental para nossos próprios interesses, mas também para a rodada”, disse o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.

“Nós nos tornamos reconhecidos pelos países-membros e pelo diretor-geral (da OMC, Pascal Lamy) como um interlocutor indispensável para a conclusão dessas negociações.”

Proposta indecente

Questionado sobre quem estaria tentando separar o G20, Amorim respondeu: “Ninguém está tentando separar o G20. Mas nós todos sabemos que o G20 é um grupo diversificado de países. Nós temos em comum o fato de que todos somos contra os subsídios e as barreiras, todas as distorções no comércio agrícola”.

Pouco depois, o chanceler reconheceu, no entanto, que existem algumas “nuances” e “tentativas de separar” os países do G20.

“Freqüentemente há uma tentativa de separar, mas é natural que isso ocorra, porque é parte do processo negociador”, disse Amorim.

“Mas acho que isso não vai acontecer. Estamos seguros que não será um problema.”

Ele ainda brincou: “Eu até agora não recebi nenhuma proposta indecente e, se receber, não aceito”.

Amorim acrescentou que dentro do G20 há países menos desenvolvidos, como a Tanzânia, mas que não os vê como desertores em potencial.

“Se eles receberem benefícios adicionais na parte de desenvolvimento, isso será muito bem-vindo, porque eles precisam mesmo. Agora isso não fará, creio eu, que eles abandonem as reivindicações básicas do G20”, disse o chanceler brasileiro.