A gentileza é instintiva, o egoísmo uma escolha

Por Adriana Tanese Nogueira

gentileza

Qual é a natureza humana? É importante atentarmos para o que consideramos ser a natureza humana: somos bons ou somos maus? Ou um pouco dos dois? Quando o mal emerge?

A bondade de alma se manifesta, entre outras coisas, na atitude que temos com os outros, chamada gentileza.

Gentileza, conforme o site Significado.com.br, é a qualidade do que é gentil, do que é amável. Gentileza é uma amabilidade, uma delicadeza praticada por algumas pessoas. A gentileza é uma forma de atenção, de cuidado, que torna os relacionamentos mais humano, menos ríspido. Quem pratica a gentileza não tem má vontade, não é indiferente, e sim é cuidadoso, distinto e delicado.

Atos de gentileza podem ser praticados no dia a dia por pessoas gentis. Alguns deles são: ouvir música num volume que não incomode aos outros; agradecer às pessoas que lhe fazem favores; cumprimentar as pessoas com um bom dia, boa tarde ou boa noite; pedir licença quando precisar passar na frente das pessoas; dar passagem ao carro de outra faixa que precisa passar na sua frente; elogiar, sempre que possível, as pessoas com quem convive; e muitos outros.

Gentileza é uma qualidade que precisa ser expressa no comportamento, nas palavras e nos gestos com sinceridade e simplicidade, se tiver afetação não há gentileza. O resultado do ser gentil é a melhora do convívio entre as pessoas, o que significa harmonia e paz. E quem não gosta disso?

Agora, você pode pensar: Mas quantas vezes vivemos isso no dia a dia? A gentileza não é comum porque as crianças não foram educadas a serem gentis... Seria bom se fosse diferente!

Ao que parece, o inverso é o correto. A gentileza não é mais comum não porque faltou um condicionamento nesse sentido, mas porque houve uma escolha numa certa altura da vida por ser egoísta!

Segundo algumas pesquisas científicas, nascemos gentis, nos tornamos egoístas. Isso significa que gentileza não é uma escolha, e sim um instinto natural do ser humano.

Conforme relatado na Revista Galileu, um experimento realizado em 2012, por professores da Universidade Harvard, confirma esta tese. Eis o experimento:

“Com o objetivo de descobrir se a natureza humana é egoísta ou gentil, os pesquisadores recrutaram universitários e os dividiram em grupos de quatro. Cada estudante recebeu uma quantia de dinheiro e teve a opção de separar um pouco do valor para ser multiplicado e distribuido entre o restante dos participantes. Os participantes ganhariam algo mesmo sem compartilhar, mas apesar da tentação de ser egoísta, a maioria das pessoas escolheu contribuir com o restante”.

Aqui, entre ganhar x e ganhar x+1, os estudantes preferiram ganhar x e compartilhar com os outros. Está excluída desse experimento a luta pela sobrevivência, pois todos ganham algo; o egoísmo seria ganhar mais sem haver necessidade, só para ter mais para si, seguindo aquela ânsia de ter e de acumular que, infelizmente, bem conhecemos.

Para nossa alegria, parece que a gentileza vai além, porque conforme outro estudo, realizado por psicólogos da Universidade de Yale, o primeiro instinto das pessoas é cuidar e salvar os outros: “A maioria das pessoas acredita que somos instintivamente egoístas, mas nossos experimentos mostram que quando as pessoas dependem de seus instintos, elas são mais cooperativas”, explicou o psicólogo David Rand, de Yale, em entrevista ao Nautilus.

A pergunta que não quer calar é então a seguinte: Por que nos tornamos egoístas? Como e quando a gentileza é colocada de lado?

Que cada um responda na intimidade de seu coração.