George Bush é a favor do uso de escutas telefônicas.

Por Gazeta Admininstrator

O presidente norte-americano, George W. Bush, reafirmou neste sábado(13) seu apoio a um esquema do governo que registre dados telefônicos de milhões de norte-americanos, avaliando que a medida é "necessária" e visa "combater a [rede terrorista] Al Qaeda".

Na quinta-feira(11), o jornal americano "USA Today" informou que a Agência Nacional de Segurança (NSA) recolhe secretamente dados de ligações telefônicas de milhões de norte-americanos, utilizando informações das empresas telefônicas AT&T, Verizon e BellSouth.

Durante seu discurso que faz semanalmente na rádio, Bush reiterou que o programa "não está dirigido a cidadãos inocentes". "É importante que os americanos entendam que nossas atividades visam exclusivamente a Al Qaeda e seus aliados", disse o líder americano.
Entretanto ele não quis responder às perguntas feitas pelos congressistas norte-americanos, que questionam a necessidade de se manter uma base de dados tão ampla.

Sem confirmar nem desmentir a existência do banco de dados, Bush se limitou a lembrar que o programa de espionagem, que tem sua autorização desde os atentados de 11 de setembro de 2001, é "legítimo" e que os congressistas de ambos os partidos foram informados a respeito.

"A privacidade dos norte-americanos está fortemente protegida em todas as nossas atividades", afirmou. "O governo não escuta chamadas telefônicas domésticas sem ordem judicial."

De acordo com o "USA Today", após os atentados de 11 de Setembro, a NSA "começou a coletar em segredo os dados telefônicos de dezenas de milhões de americanos."

Contestação

A nova polêmica se junta a denúncias prévias levantadas em reportagem do jornal "The New York Times" em dezembro de 2005. Na época, Bush disse ter autorizado diretamente a interceptação, sem a necessidade de um mandado judicial, de telefonemas e e-mails internacionais com origem ou destino nos Estados Unidos.

A novidade da reportagem do "USA Today" é que o esquema é bem maior do que o imaginado anteriormente, e que o governo tem registro de todas as ligações domésticas [para familiares, amigos ou outros fins] realizadas pelos clientes das três companhias.

Bush focou todo o seu discurso de hoje nesta questão, para fazer frente às diversas vozes que acusam o governo de se exceder em suas funções e de violar o direito à privacidade dos cidadãos, por causa da informação publicada na quinta-feira pelo jornal "USA Today".

"Se existe, em nosso país, pessoas falando com a Al Qaeda, queremos saber. Não vamos sentar e esperar ser atacados de novo", acrescentou.