“Giraffas” lança modelo de franquia para acelerar crescimento nos EUA

Por Gazeta News

Mesmo com a alta do dólar, a rede Giraffas está apostando no interesse de brasileiros em investir nos Estados Unidos e está lançando um modelo de franquias na tentativa de acelerar o crescimento da rede no país.

Com dez unidades na Flórida, a empresa pretende chegar a 150 restaurantes nos EUA até 2020 e está presente, esta semana, na ABF Franchising Expo, em São Paulo, para o lançamento do modelo. “A presidente Dilma está nos ajudando. Existem hoje muitas pessoas que estão insatisfeitas com o Brasil e que querem se mudar para os Estados Unidos”, afirmou o fundador do Giraffas, Carlos Guerra.

O Giraffas abriu um escritório em Miami em 2009, aproveitando a queda no preço de locação de imóveis após o estouro da bolha imobiliária americana em 2008. Agora, mesmo com a alta do dólar, as chances de crescimento no ramo alimentício no país são maiores que no Brasil. Ao mesmo tempo, o setor alimentício vê retração no Brasil: a perspectiva de crescimento é entre 2% e 5% em restaurantes no Brasil.De acordo com Sergio Milinari, fundador da Food Consulting, com a recuperação econômica, os gastos com a alimentação fora de casa aumentam.

Com a assinatura “Brazilian Grill”, a empresa vende feijão, arroz e grelhados nos EUA. As nove primeiras unidades foram criadas pela própria empresa e começaram a ser repassadas a franqueados há quase seis meses. Até agora, três lojas próprias foram convertidas em franquias e apenas uma unidade foi construída do zero por um franqueado.

De acordo com o sócio-diretor do Giraffas nos EUA, João Barbosa, as quatro franquias são administradas por investidores brasileiros - dois deles já moravam nos EUA e outros dois se mudaram para o país para administrar o negócio. Neste momento, o foco do Giraffas para acelerar o crescimento no país é justamente recrutar brasileiros como franqueados. Depois, a ideia é atrair parceiros locais no mesmo formato.

O investimento em cada franquia varia entre $250 mil e $500 mil dólares e a estimativa de faturamento mensal bruto é de $90 mil dólares, de acordo com o Giraffas. O empresário Eduardo Santa Maria, de 54 anos, vendeu as três lojas no Rio de Janeiro da marca Lilica e Tigor, de roupas infantis, para investir em uma franquia do Giraffas em Miami.

“Foi uma decisão motivada por razões pessoais. Tenho dois filhos, de 8 e 11 anos. Eu e minha esposa trabalhávamos longe de casa e tínhamos muito medo da violência no Rio”, afirmou Santa Maria. A opção pela rede Giraffas se deu pela experiência de Santa Maria no ramo - ele administrou duas lojas do McDonald’s no Brasil entre 1995 e 2005. Segundo ele, a alta do dólar, que subiu 37% nos últimos 12 meses, deixou o negócio mais caro, mas não o fez mudar de ideia. “A questão da segurança foi a principal motivação (para a mudança)”. Fontes: “O Estado de São Paulo” e “Exame”.