Globo e Record travam duelo no horário das novelas das sete

Por Gazeta Admininstrator

De um lado do ringue está a "A Lua me Disse", trama cômica de Miguel Falabella cuja tarefa é levantar a audiência do horário, que perdeu 10 pontos com "Começar de Novo". Do outro, está "Essas Mulheres", adaptação de três romances de José de Alencar que não faz graça, mas prende a atenção pela boa história.

A trama de época pegou o bastão de "A Escrava Isaura" --que marcou o retorno da Record à dramaturgia-- com média de 15 pontos no Ibope. No primeiro capítulo, ficou apenas nos 10 pontos e manteve média de 9 nos quatro primeiros capítulos. Os números são bons para a emissora, mas a disputa com a Globo não será nada fácil.

No mesmo horário, "A Lua" estreou dia 18 de abril com 30 pontos, derrapado nos 27 --média deixada por "Começar". Na semana retrasada, porém, deu pico de 38 pontos e tem mantido a média em 34.

Apesar dos obstáculos --afinal a Globo conta a seu favor com anos de tradição no horário--, para Maria de Lourdes Motter, coordenadora do núcleo de teledramaturgia da USP, a emissora de Edir Macedo está agindo corretamente."O que a Record está fazendo é o certo. Não se arriscar em inovações e apostar em bom elenco e bons autores. Não é hora de ousar nem de se preocupar com retorno de audiência ou comercial. Isso vem com o tempo. Agora é o momento de estabelecer o núcleo de teledramaturgia e consolidá-lo", avalia a especialista.

Quem leva?

A reportagem conversou com os autores das duas novelas e ambos apresentam suas armas para conquistar o grande prêmio: a audiência.

Marcílio Moraes, por exemplo, diz que concorrer com a Globo é sempre difícil, pois a emissora monopoliza a produção de novelas no país e compara a disputa com a batalha bíblica entre Davi e Golias. Moraes fala, ainda, que a vantagem de "Essas Mulheres" é a seriedade. "O nosso trunfo é uma história envolvente, romântica, humana, instigante. Não nos valemos de pirotecnias, de apelações, de humor fácil, de gritarias. Não tenho a menor dúvida de que o público vai perceber isso e virá para o nosso lado", alfineta.

Miguel Falabella prefere fazer o jogo da humildade e diz que "A Lua me Disse" está recuperando a audiência do horário porque "é alegre, divertida e não é pretensiosa". Sobre as polêmicas, como o racismo às avessas de Whitney (Mary Sheila) e Latoya (Zezé Barbosa), o autor diz não se preocupar. "Se vierem me cobrar alguma coisa, mando passar no caixa. Afinal, quem, nesse país, há de me dizer que esse racismo não existe?", indaga. A sorte está lançada