Globoplay lança série documental sobre a história e os crimes do médium João de Deus

Por JANA NASCIMENTO NAGASE

Cena da roda de mulheres na série documental "Em Nome de Deus" sobre a história e os crimes atribuídos a João de Deus. (Cortesia: Globoplay)
"‘Em Nome de Deus’ é a história de mulheres e de sua coragem de reagir. Mais do que resistir, de agir, a partir do sofrimento, da humilhação e do massacre que sofreram. É um documentário sobre a voz das mulheres", afirma Pedro Bial. Mesa redonda das vítimas Na série documental, os seis episódios são costurados por depoimentos inéditos de sete mulheres, de diferentes idades e regiões, que decidem mostrar seus rostos pela primeira vez e expor como atuava João de Deus. As vítimas - uma advogada, uma atriz, uma fisioterapeuta, uma professora, a filha de João de Deus, uma costureira e a coreógrafa holandesa Zahira Mous - nunca haviam se encontrado, mas aceitaram se reunir em uma roda para um momento de escuta solidária. “Ficamos mais de oito horas ali, em dois dias diferentes. Foi uma experiência emocionante e, apesar do nível de terror de tudo aquilo, uma experiência muito mais bonita do que triste. De esperança”, conta a roteirista Camila Appel, que conduziu a conversa. Ao longo dos episódios são mostrados trechos desta conversa entre as vítimas, repercutindo a história de cada uma e mostrando aspectos similares: a crença comum na busca por um milagre do médium, o padrão nos abusos, a vulnerabilidade e o sentimento de indignação, medo e vergonha. Também vêm à tona o desejo de justiça e demonstrações de gratidão por Zahira, a primeira a mostrar o rosto na edição do "Conversa" de 7 de dezembro de 2018. Mais sobre a série “Em Nome de Deus” é uma série original Globoplay que conta com argumento e criação de Pedro Bial, direção de conteúdo de Fellipe Awi e direção de Monica Almeida, Gian Carlo Bellotti e Ricardo Calil. No Brasil, a obra também será exibida pelo Canal Brasil, parceiro do projeto. Para gravar a série, foi feita uma extensa pesquisa de arquivo em documentários e programas de TV nacionais e estrangeiros. Material de arquivo pessoal das vítimas e das casas em que o médium atuava em Goiás e no Rio Grande do Sul também foram usadas na edição do documentário. O projeto reforça o compromisso do Globoplay de trazer para plataforma, cada vez mais, temas relevantes, que dialoguem com a sociedade através de séries documentais originais e exclusivas. “Os documentários do século XXI se beneficiam da nova tecnologia digital, que permite captação de maneiras originais e renovadas, e de grande capacidade de armazenamento. E isso estimula a linguagem. O Brasil tem um manancial enorme de assuntos e conteúdo para documentários de grande valor” reforça Pedro Bial.