Golpes na internet ainda colocam mulheres em risco

Por Gazeta News

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Golpes pela internet continuam fazendo vítimas ou colocando muitas pessoas em risco diariamente. Depois de conversar por três meses com um suposto fuzileiro do exército americano em missão de paz no Afeganistão, uma mulher do interior de São Paulo de 63 anos perdeu R$ 30 mil em dezembro.

Também no mês passado, uma brasileira residente no sul da Flórida relata que correu o risco de entrar numa fria quando foi contatada, pelo Facebook, por um suposto médico do exército americano em uma base na Líbia.

“Embora não tivéssemos amigos em comum, como eu participo do Tinder (site de relacionamento), pensei que ele tivesse me encontrado por lá”, explica M.C., que não quis expor seu nome. “Eles são muito convincentes. Todas as manhãs às 7am tinha uma mensagem dele se declarando”.

No caso do Brasil, o golpista afirmou à vítima que havia sido dispensando pelo presidente Barack Obama e que iria ao Brasil para se casar com ela. Para isso, ele solicitou que a mulher depositasse dinheiro para ele poder viajar. Ao todo, a mulher depositou R$ 29.050 em uma conta na República do Gana, de acordo com investigadores de Marília (SP). A vítima só percebeu que se tratava de um golpe quando foi para Londrina, Paraná, esperar pelo suposto noivo e ele não chegou.

No caso da brasileira que vive no sul da Flórida, ela logo notou que algo não fazia sentido. Embora o suposto golpista, com o perfil de Jerry William, de 45 anos, não tenha solicitado dinheiro, pediu o endereço dela para enviar seus pertences. Williams se apresentou como um cirurgião ortopedista de Denver, no Colorado, vivendo em Tripoli, na Líbia, cuidando de soldados feridos durante missão de paz. Ele disse ainda ser viúvo e “abençoado” com um filho de 3 anos.

M.C. continuou conversando com o suposto cirurgião por aproximadamente 20 dias. Ele enviou fotos dele e do filho, mandava declarações e chegou a pedi-la em namoro. Depois, disse que estava voltando para o Colorado para abrir uma clínica e perguntou se ela não queria ir viver com ele e se casar.

Nesse ponto, M.C. já estranhou: “Mal nos conhecíamos e ele já falava em casamento? Para que tanta pressa? Mesmo assim comecei a falar para minhas amigas que ia me casar com um americano no Colorado, só de brincadeira”.

Finalmente, William enviou uma mensagem informando que voltaria aos EUA antes de 23 de dezembro. “Eu quero mandar alguns dos meus objetos de valor, você pode guardá-los para mim?”, escreveu. “Estamos lidando com dificuldades aqui na Líbia. O ISIS está planejando um ataque ao nosso campo”.

Nesse momento, M.C. negou o “favor” e finalmente Williams disse que se ela não pudesse fazer isso, ele iria deletá-la de seu Facebook.

“Depois, contei a história para minha filha, cujo namorado trabalha no exército. Ela escreveu a seguinte mensagem, que mandei para ele: ‘Quero que você tenha consciência que toda a nossa conversa foi salva para a minha proteção pessoal. Se eu suspeitar qualquer coisa ou me sentir ameaçada, eu farei uma denúncia. Agora, se você realmente ama o seu país e diz que está em uma base militar, você deveria estar preparado para um ataque. Você não será avisado momentos antes”.

Depois disso, M.C. relata que ele nunca mais entrou em contato e tudo indica que aquela conta de Facebook foi apagada.

Previna-se de golpes De acordo com o coordenador da Central de Polícia Judiciária, Amarildo Aparecido Leal, a melhor forma de evitar esse tipo de golpe é sempre compartilhar com os familiares. “Quando for fazer um negócio, sempre compartilhe com os familiares, pois eles vão dar um apoio e vão orientar”. Com informações do G1.