Golpistas usam "robô" para roubar dados e fraudar aplicativos de compras e de transporte

Por Arlaine Castro

Lilian Graciano golpe instacart
O que vai fazer a Instacart?  Graciano entrou em contato com a empresa para saber o que vão fazer a respeito. "Eu tentei falar com eles, mas a assistência é somente por chat, então não resolveu nada. Disseram que estão mesmo com problemas e que estão investigando, mas que não podem fazer nada por enquanto. Estou esperando pra ver se tomam alguma providência porque não é difícil achar as pessoas que estão usando esses aplicativos de roubar compras. Só pelos valores absurdos que a pessoa faz já dá pra saber. Porque numa condição normal não dá pra fazer o valor que eles fazem em um dia de $500 dólares", analisa. Numa condição de trabalho normal, Graciano conta que fazia de 5 a 8 viagens por dia e ganhava entre 120, 160 dólares trabalhando 8 horas por dia. Isso é o normal de se fazer. "Para mim não aparecia compras altas, às vezes aparecia uma de 50, 40, mas a maioria das vezes era de 20, 30, 18. Valores assim em média. Mas dava uma grana boa". Segundo a jovem, ela também percebeu descontos no pagamento final sem explicação. "Do valor mostrado que eu receberia por uma compra, por exemplo, vinha faltando. Já tive seis dólares de diferença. Não sei o porquê. Você aceita a compra por um valor e quando você vai receber é outro valor", diz. Além disso, o aplicativo tem alterado a gorjeta que o comprador pode ganhar. "Já vi pessoas que tinham um valor de 'tip' pra ganhar e no final foi retirada parte dela", conta. Fraude envolve "aluguel e venda" de dados pessoais para trabalhar nos EUA De acordo com a youtuber Mel USA, a fraude envolvendo o Uber também – até certo ponto – envolve o Instacart. Quando o colaborador do Instacart entrega o produto, no ato da entrega de algo que exige uma idade mínima – como bebida alcoólica, por exemplo – o colaborador pega a identidade e bate uma foto para o aplicativo. Mas, nesse processo, o colaborador também bate uma foto para o seu arquivo pessoal e vende as informações. Mel USA assegura que quem compra essas informações normalmente são pessoas que querem trabalhar no Uber mas não tem a permissão necessária para trabalhar legalmente nos Estados Unidos.

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Resposta das empresas  As acusações de Mel USA são graves, atitudes como roubo da identidade são crimes federais nos EUA. Com essas informações, o Gazeta News entrou em contato com a Instacart, questionando sobre a denúncia e a segurança do aplicativo, mas recebeu uma nota bastante protocolar. A empresa se limitou a dizer que os colaboradores que burlarem as regras estão sujeitos a nunca mais trabalhar com a companhia. A Uber não respondeu até o momento da publicação desta edição, mas em seu site oficial, diz que próprio código de conduta já prevê banimento e problemas legais em caso de fraude, não especificando quais. Reportagem com colaboração de João Freitas. Veja nos vídeos abaixo como funcionam os golpes: