Governo americano subsidia mais o transporte público do que SP

Por Gazeta News

Em entrevista coletiva no dia 18, o prefeito da cidade de São Paulo, Fernando Haddad, disse que os usuários paulistanos arcam com o equivalente a 70% dos custos do sistema, sendo o restante dividido entre poder público (20%) e empresários (10%).

Segundo a Associação de Transporte Público dos EUA (APTA, na sigla em inglês), no país que é a “Meca” do transporte privado, os usuários desembolsaram em média pouco menos de 33% dos custos operacionais em 2011. O restante do dinheiro veio principalmente dos cofres públicos. Os dados foram divulgados pela “BBC Brasil”.

Isso alimenta o debate sobre as formas de diminuir o valor das tarifas pago pelos usuários na maior metrópole brasileira, uma reivindicação do chamado Movimento Passe Livre, que deu início às manifestações. Subsidiar ou não subsidiar? Depois dos protestos do dia 17, o prefeito de São Paulo admitiu, pela primeira vez, rever o valor da tarifa para tentar reverter o reajuste de R$ 3,20 para R$ 3, e finalmente conseguiu.

Isso poderia ser feito, indicou o chefe do executivo paulistano, optando-se por elevar o percentual do subsídio governamental ou reduzir o lucro das empresas que operam o sistema.

O prefeito indicou que a escolha poderia resultar em menos investimentos públicos em outras áreas que também necessitam de dinheiro. “Vamos ter de cortar investimentos. As empresas não têm como arcar com essa diferença. O tesouro do Estado vai apertar o cinto. Temos como prioridade o transporte coletivo”, disse o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

Nos EUA, são gastos cerca de $90 bilhões de dólares por ano na construção de estradas, pontes, rodovias rurais e transporte de superfície, disse à “BBC Brasil” a associação dos departamentos de transporte das unidades federativas americanas.