Governo envia Força Nacional e Forças Armadas para o Espírito Santo

Por Gazeta News

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[caption id="attachment_136771" align="alignleft" width="231"] O ministro da Defesa, Raul Jungmann, está no Espírito Santo e se reúne no Palácio Anchieta com a equipe de Governo. Foto: Governo do ES. Divulgação[/caption]

Atualizada em 8 de fevereiro, às 2:16pm.

O governo federal autorizou o envio e as Forças Armadas e o Exército já estão patrulhando as ruas do Espírito Santo, com o objetivo de ajudar na retomada dos serviços de policiamento no estado.

O número de mortes violentas na Grande Vitória subiu para 95 nesta quarta-feira, 8, conformeinformação confirmada pelo presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo, Jorge Leal.

Pelo menos 60 carros foram roubados ou furtados até o meio-dia de terça-feira, ainda de acordo com o presidente do sindicato. Na véspera, tinham sido 200. A média diária para o Estado é de 20 veículos roubados.

Os policiais militares estão sem aumento salarial há sete anos, e há quatro não têm nem sequer o reajuste da inflação, fato que, segundo Leal, veio gerando o clima de insegurança. “É uma tragédia anunciada e o governador não dialoga” — afirmou Leal.

O patrulhamento na capital capixaba está sendo feito por soldados do Exército desde a noite de segunda-feira, mas também está reduzido. O comércio na cidade vai sendo retomado aos poucos. A Federação do Comércio avalia o prejuízo em pelo menos R$ 110 milhões (R$ 20 milhões de saques e R$ 90 milhões em vendas perdidas). Ao todo 270 lojas foram roubadas nos quatro primeiros dias de paralisação.

Por meio de suas famílias, os PMs continuam tentando negociar com o governo a volta ao trabalho. Está programada nova reunião entre as partes nesta quarta-feira. O governo alega que não vai negociar enquanto os policiais não voltarem a seus postos.

O Ministério Público Estadual constituiu na terça-feira um comitê de gestão de crise para garantir o cumprimento voluntário da decisão judicial sobre a greve. A Justiça capixaba já considerou a paralisação ilegal.

A população do estado viveu dias de terror desde a última sexta-feira, 3, quando familiares de policiais militares bloquearam a saída de viaturas da 6ª Companhia, no bairro de Feu Rosa, na Serra, reivindicando reajuste salarial e o pagamento de auxílio-alimentação, periculosidade, insalubridade e adicional noturno para os policiais militares.

Segundo o secretário de Segurança Pública, André Garcia, a Justiça já concedeu liminar declarando a ilegalidade do movimento, a necessidade de liberar todos os quartéis e unidades da polícia. Ele classificou a manifestação como uma “greve branca”, e determinou que a saída dos quartéis seja liberada.

As manifestações se estenderam para outros batalhões durante o fim de semana e, de acordo com a ACS, já atingem todos os batalhões do estado. A ACS informou que o salário-base de um policial no estado é R$ 2,6 mil, enquanto a média nacional chega a R$ 4 mil. A entidade argumenta que há anos os policiais não têm aumento salarial e que essa situação acabou por motivar esposas e familiares dos policiais a fazerem as manifestações em frente aos quartéis.

O número de mortos nos últimos três dias significa um aumento de mais de 1.000% em relação a todo o mês de janeiro, quando ocorreram apenas quatro registros no Departamento Médico Legal (DML).

A insegurança registrada no estado levou a prefeitura de Vitória a suspender a volta às aulas na rede municipal e o atendimento em todas as unidades de saúde da capital do Espírito Santo. Nas unidades de saúde, a vacinação contra a febre amarela foi temporariamente suspensa.

Confira vídeo feito por moradores sobre tentativa de saque em lojas e comerciantes fechando as portas no centro da cidade.

Com informações da Agência Brasil.