Governo infiltra informantes entre imigrantes.

Por Gazeta Admininstrator

Até hoje o uso de informantes era voltado, principalmente, para casos de tráfico e contrabando, mas recentemente tem ocorrido em casos de imigração

As agências responsáveis por patrulhar a fronteira e reforçar as leis de imigração (Immigration and Customs Enforcement e Customs and Border Protection) planejam gastar no ano que vem $2 milhões com o pagamento de informantes.

A idéia é infiltrar informantes em empresas - a fim de detectar a contratação de imigrantes indocumentados - e em grupos ligados ao tráfico de imigrantes e crimes como tráfico de drogas e armas.

As autoridades afirmam que os informantes oferecem “uma ajuda de valor incalculável aos agentes, o que os torna uma importante arma em matéria de imigração”. Os agentes não fereceram delhares sobre o tipo de compensação oferecida por ser um ponto considerado confidencial.

O valor a ser gasto com informantes representa apenas uma fração do orçamento de $33 bilhões do Departamento de Homeland Security para o ano que vem, e alguns críticos consideram que ainda é preciso fazer mais para conseguir informações confidenciais sobre os grupos ligados ao crime e à imigração de indocumentados.

- A administração de Bush não está requerendo berba suficiente para nada no Congresso”, disse Michael Cutter, um integrante sênior do Centro de Estudos da Imigração, que defende a redução da imigração no país.

Na avaliação de Cutler, “os informantes são um componente de reforço na segurança de fronteira”. “Se você não tem informantes, você está em um vôo cego, e nós temos uma administração e políticos que querem fazer o serviço de imigração tão cego e castrado quando possível”.

O Congresso aprovou orçamento para as duas agências de $1 milhão ao ano, para pagar informantes, desde o estabelecimento das agências em 2003.

Críticos da presença de imigrantes indocumentados no mercado de trabalho afirmam que o ICE precisa de mais dinheiro para que tenha condições de oferecer risco real de processo às empresas que contratem trabalhadores indocumentados. Juntos, o FBI, o Drug Enforcement Admnistration e o Marshals Service têm um orçamento combinado de $21 milhões para informantes e compra de evidências.

O National Border Patrol Council (Conselho Nacional de Patrulha de Fronteira) tem feitos esforços para aumentar seu controle sobre os informantes desde 2004, quando um homem que trabalhava como informante para o ICE de El Paso tomou parte em uma série de assassinatos de mexicanos ligados ao cartel de drogas, um episódio que se assemelhou muito à atuação do chamado esquadrão da morte, que teve início no Brasil com a Polícia Especial criada durante o Estado Novo de Getúlio Vargas, e até hoje tem reflexos no comportamento de alguns segmentos da polícia brasileira.

Nos EUA, as normas exigem que os informantes trabalhem de forma supervisionada, e limita o valor pago a eles em $250 por trabalho.

Informantes pagos são mais utilizados em casos ligados a drogas e contrabando do que em imigração, mas agentes informam que eles têm sido utilizados recentemente em operações ligadas à imigração, incluindo as investigações que em abri deste ano levaram à prisão de 1,2 mil trabalhadores indocumentados da empresa IFCO Systems, em 26 estdaos do país.

Documentos da Corte mostram que neste caso os agentes utilizaram um informante que havia entrado nos EUA ilegalmente e foi preso pela Patrulha de Fronteira. Os agentes do ICE ofereceram a ele permissão teporária de trabalho no país em troca de ele atuar como informante para o departamento.

Os agentes o levaram a Guilderlan, em NY e pediram que ele tentasse conseguir um trabalho na IFCO, mesmo apresentando-se como um trabalhador indocumentado. Os documentos da Corte não informam quando o informante recebeu pelo trabalho, informação que também não foi liberada pelo ICE. Ele trabalhou para o ICE de maio de 2005 a janeiro de 2006. “Informantes não são bonitinhos".

Você está contratando pessoas para traírem seus amigos e companheiros, mas eles tornam-se seus olhos e ouvidos no cumprimento da lei. Nós necessitamos de informantes para nos dizer quem são os maus sujeitos”, finalizou Cutler.