Governo norte-americano diz não ao fechamento de Guantánamo.

Por Gazeta Admininstrator

O governo dos EUA rejeitou o pedido da Grã-Bretanha para o encerramento das atividades realizadas em Guantánamo, prisão de alta segurança norte-americana situada em Cuba.

As autoridades norte-americanas afirmam que na prisão existem indíviduos perigosos que poderiam significar uma nova ameaça se fossem libertadas.

O advogado-geral da Grã-Bretanha, Lord Goldsmith, solicitou nesta quarta-feira(10) para que a prisão de Guantánamo fosse fechada.

Para ele há sérias dúvidas quanto a legalidade e da justiça de manter "combatentes inimigos" detidos por tempo indeterminado no local.

Durante um discurso feito em Londres, Lord Goldsmith disse que o campo virou um símbolo de injustiça e que sua existência é "inaceitável".

O presidente norte-americano, George W. Bush, disse durante uma entrevista feita para a rede de TV divulgada no último domingo(7) que ele gostaria de "acabar" com o centro de detenção.

Para o primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, o campo em Cuba é uma "anomalia".

No entanto, na reprovação verbal mais forte feita por uma autoridade do governo britânico, Lord Goldsmith disse: "A existência de Guantánamo permanece inaceitável".

"Está na hora, em minha opinião, de o local fechar. Na minha opinião pessoal, não seria apenas certo fechar Guantánamo por uma questão de princípio, mas acredito que também ajudaria a retirar o que virou um símbolo para muitos - certo ou errado - de injustiça", afirmou.
"A tradição histórica dos Estados Unidos como um exemplo de independência, liberdade e justiça merecem a retirada deste símbolo."

Críticas

Respondendo às críticas, o porta-voz do Departamento de Estado americano, Sean McCormack, disse que os Estados Unidos "gostariam" de fechar a prisão de Guantánamo em algum momento no futuro.
Repetindo as palavras do presidente Bush na entrevista de domingo, McCormack acrescentou que "ninguém quer ser o carcereiro do mundo".
Mas o porta-voz acrescentou que as pessoas detidas são "pessoas perigosas".

"Algo que não queremos fazer é libertar pessoas agora que podem, em algum momento no futuro, acabar no campo de batalha enfrentando nossos soldados ou os soldados de outro país, ou cometendo atos terroristas contras civis", disse.

"Os detidos perigosos em Guantánamo incluem treinadores de terroristas, fabricantes de bombas, muitos que prometeram voltar a lutar", disse um porta-voz do Pentágono.

Cerca de 490 pessoas estão detidas em Guantánamo, que começou a funcionar em janeiro de 2002.

Constantes críticas são feitas pela comunidade internacional em relação às condições dos detentos no campo americano e o período em que eles estão sendo mantidos ali sem julgamento.

Grupos defensores dos direitos humanos disseram que os detentos, suspeitos de envolvimento em atos terroristas, são maltratados em métodos cruéis de interrogatórios - acusação negada pelos Estados Unidos.