Governo Obama vê aumento de 775% em grupos extremistas

Por Gazeta News

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Durante os primeiros três anos governo de Barack Obama, os chamados “grupos de ódio” ou “grupos extremistas” nos Estados Unidos foram de 149 no final de 2008 para 1.274, em 2011, com um aumento de 775%.

Os dados são do Southern Poverty Law Center (SPLC), instituição dedicada ao acompanhamento dos grupos extremistas no país. Isso revela o aumento dos movimentos que proclamam a supremacia dos brancos após a chegada à Casa Branca do primeiro presidente afro-americano dos EUA.

De acordo com o professor de história da American University of Washington, desde que foi eleito, Obama foi alvo de discursos alegando que se tratava de uma ameaça ao país, e até chegou-se a duvidar de que seja realmente um cidadão americano. As origens do atual presidente e candidato à reeleição aumentaram "indubitavelmente" o surgimento deste tipo de grupo, que em sua maioria têm um caráter violento e, além disso, costumam respaldar com veemência a Segunda Emenda da Constituição americana, que reconhece o direito de se portar armas. "São realmente uma ameaça. Sobretudo porque receberam certa credibilidade por parte dos setores mais conservadores do Partido Republicano", sentencia Kuznick, em entrevista à Agência EFE.

Segundo explica o professor, estes grupos costumavam ser marginalizados pela política, mas com o surgimento do movimento Tea Party obtiveram certo respaldo. "A mensagem do Tea Party não é completamente racista, mas o é de alguma maneira. Os Estados Unidos estão vivendo uma polarização ideológica", disse.

Segundo explica o SPLC, o aumento deste tipo de grupos foi impulsionado "pela ira e pelo medo diante da debilitada economia do país, a afluência de imigrantes não brancos e a maioria branca decrescente, simbolizada pela escolha do primeiro presidente afro-americano da nação".

Entre os 1.018 grupos que operam ativamente no país, também estão incluídos neo-nazistas, membros do Ku Kux Klan, nacionalistas brancos, neo-confederados, cabeças raspadas de tipo racista, separatistas negros e vigilantes de fronteira, entre outros.

A Califórnia é o estado com mais grupos, com um total de 84, seguido pela Geórgia, com 65, a Flórida, com 55, Nova Jersey, com 47, e o Texas, com 45 grupos.

Entre todos eles, o SPLC adverte que os mais violentos na atualidade são os grupos anti-imigrantes, que começaram a emergir na década de 20 e que agora se radicalizaram perante o aumento inter-racial.

Em um momento de expansão das minorias no país - os dados de 2011 revelam que pela primeira vez nasceram menos crianças brancas que não brancas segundo o Escritório do Censo - o extremismo ideológico destes grupos se acentua paulatinamente assentando-se em crenças tais como que "o México trama um plano secreto de reconquista" ou que "os líderes de Canadá, EUA e México preparam uma integração com a União Europeia".

"É muito provável que esta radicalização ideológica se acentue até mais. Nos EUA já não somente se está em desacordo com o outro. Há uma grande quantidade de ódio", conclui Kuznick.