Governo Trump completa 100 dias com maior impacto na imigração

[caption id="attachment_138562" align="alignleft" width="300"] Trump prometeu deportar os 11 milhões de imigrantes em situação irregular nos EUA. Foto: Agência Reuters.[/caption]

O presidente Donald Trump alcançou no último sábado, 29, a marca simbólica de 100 dias à frente do governo, com grande impacto para os imigrantes que vivem nos Estados Unidos.

Além das promessas de mudanças na política de imigração, desde que venceu as eleições em 8 de novembro de 2016, Trump também prometeu mudanças drásticas na política externa do país, como uma reaproximação com a Rússia, uma renegociação comercial com a China, uma forte oposição aos acordos climáticos e uma política imigratória restritiva.

O maior impacto, contudo, tem sido com relação aos imigrantes em situação irregular, que Trump prometeu expulsar mais de 11 milhões do tipo, independentemente de sua situação familiar, além da construção de um muro na fronteira com o México.

Durante o governo de Obama houve deportação em massa, mas a diferença que ativistas apontam para o governo de Trump é com relação às famílias. A administração Obama buscava evitar separar famílias e ao mesmo tempo impulsionou, na reta final de sua gestão, um mecanismo para que imigrantes cujos filhos tivessem regularizado sua situação também pudessem se beneficiar de um processo de normalização.

Na última sexta-feira, 28, Trump voltou a afirmar que "a segurança migratória é segurança nacional", e, de acordo com dados do Departamento de Segurança Interna (DHS), em março os agentes fronteiriços prenderam 12.193 pessoas, a maioria centro-americanos que tentavam cruzar a fronteira ilegalmente.

Em comparação com outubro de 2016, quando esse número chegou a mais de 66.700 pessoas, o número verificado em março representa o menor nível mensal de detenções desde outubro de 1999, porém, estudiosos apontam que há uma tendência de aumentos nos próximos meses, devido àviolência e o desemprego na América Central, que continuam sendo um fator de emigração e não há evidências de que os grupos especializados em tráfico de pessoas tenham desaparecido nem que estejam sob pressão.

O aumento do orçamento para reforçar a segurança na fronteira já foi discutido pelo atual governo, que ainda não conseguiu colocar totalmente em prática o aumento em 50% dos agentes da fronteira e a construção do polêmico muro.

Balanço dos 100 dias

Economia externa- O presidentedecidiu ter uma relação mais áspera com a China, além de retirar o país da Parceria Transpacífica (TPP) e renegociar o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta) entre México, Estados Unidos e Canadá, em vigor desde 1994.

Obamacare - Em contrapartida, o novo governo falhou ao tentar cumprir outra de suas promessas mais agradáveis aos ultraconservadores de sua aliança política: decretar o fim do "Obamacare", uma espécie de sistema público de saúde implantado pelo governo do democrata Barack Obama.

Questões ambientais - Em nome do crescimento econômico, o sucessor de Obama desfez políticas ambientais que entraram em vigor na gestão passada, o que faz o país descumprir o acordo sobre mudanças climáticas firmado em Paris. Para ele, o aquecimento global não passa de uma farsa.

Rússia -Na política externa, Trump ensaiou uma aproximação com a Rússia e foi alvo de uma investigação do FBI sobre uma possível interferência do país nas eleições norte-americanas do ano passado para favorecê-lo. A invasão hacker teria sido a responsável pela derrota da democrata Hillary Clinton após o vazamento de seus e-mails privados. Com informações de Agências internacionais.