Grã-Bretanha promete investigação plena, diz Amorim

Por Gazeta Admininstrator

O governo britânico prometeu ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, fazer uma investigação completa sobre a morte do brasileiro Jean Charles de Menezes.
Menezes, de 27 anos, foi morto à queima-roupa por policiais à paisana na estação Stockwell de metrô, no sul de Londres, na última sexta-feira.

O ministro Celso Amorim se reuniu em Londres na manhã deste último domingo com Lorde Triesman, representante do Ministério das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, para discutir o incidente.

“A garantia que me deram é de que haverá uma investigação plena. Não só das circunstâncias da morte (de Menezes), mas de todo o processo que levou a ela”, disse Amorim logo após o encontro.

A morte do brasileiro está sendo investigada pelo Directorate of Professional Standards da Scotland Yard, o equivalente a uma corregedoria. A investigação também será levada à Comissão Independente de Reclamações da polícia.

Indenização?

O ministro disse que não houve nenhuma discussão sobre uma eventual indenização à família de Menezes.

“Acho que as investigações têm que preceder a qualquer ação deste tipo. Mas acho que a admissão do erro já deve implicar em alguma ação desse tipo”, disse Amorim em referência à possível indenização.

O governo britânico não deu nenhum prazo para a conclusão das investigações e nem informou quando o corpo de Menezes será liberado.

Luta contra o "terrorismo"

O ministro das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, Jack Straw, não se encontrou com Amorim porque estava fora de Londres. Mas Straw conversou pelo telefone com Amorim.

Amorim disse que o governo brasileiro “reiterou que a luta contra o terrorismo envolve a todos mas é importante que não se venham a perder vidas inocentes nesse processo”.

“Venho aqui expressar o que dissemos na nossa nota oficial ontem: que o governo e a opinião pública brasileiros estão chocados e perplexos com os eventos”, disse ele.

Amorim viajou a Londres para participar de encontros com representantes do G4, o grupo de países que está pleiteando vagas no Conselho de Segurança da ONU.