A grande chance - Show de Bola

Kaká recebeu o presente de Natal adiantado. Papai Noel, para ele, chegou no último fim de semana. O jogador do Orlando City foi convocado por Dunga para a estreia do Brasil nas Eliminatórias. Se considerarmos o atual futebol brasileiro, muita gente pode considerar um “presente de grego”, mas é, sem dúvida, um presente.

Talvez essa seja uma das maiores chances que o jogador já teve na carreira. E deve ser uma das últimas. Kaká, apesar da cara de moleque, tem 33 anos. É uma idade maravilhosa para o jogador de futebol. É quando o atleta ainda tem a força da juventude e já ganhou a experiência, que só o tempo pode proporcionar. O problema é que esse período passa muito rápido. Daqui a pouco ele já vai ter “passado do ponto”. Ou seja, precisa aproveitar e agarrar essa chance.

Eu gosto da escolha de Dunga. Acho que um jogador como Kaká é importante para a seleção. Assume o papel de líder dentro de campo. É uma figura que anda em falta. Já escrevi sobre isso aqui e acho que muita gente pode me considerar maluco por isso, mas eu considero Kaká mais importante do que Neymar na Seleção Brasileira. Neymar é craque, tecnicamente um talento indiscutível… mas, às vezes, na seleção, é preciso usar mais a cabeça do que as pernas. Eu, por exemplo, levaria Kaká para os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. Se tivesse que escolher um, escolheria Kaká no lugar de Neymar.

Outra coisa, que foi tema de uma coluna há pouco tempo, Neymar precisa de um companheiro como Kaká em campo. Ele precisa de um jogador inteligente, que dite o ritmo do jogo. Por isso se deu tão bem com Ganso, no Santos.

Por tudo isso, acho que Kaká pode ser uma boa escolha de Dunga. Aproveitando a convocação do camisa 10, vou falar um pouco do Orlando City. Impressionante o sucesso de marketing desse time. Virou grande em um ano, sem ter conquistado nada. Esse fim de semana vi algumas crianças com a camiseta do Orlando. Ok, nada demais, estou na Flórida. Mas estou bem longe de Orlando e, tirando as camisetas de seleções, só vi crianças com camisetas do Orlando e do Barcelona.

O Barcelona já ganhou um monte de títulos, tem tradição, tem Messi, tem Neymar… é um dos melhores times do mundo. O Orlando? Não ganhou a MLS, não disputou nenhum outro campeonato… O trabalho feito na construção da imagem desse time foi fantástico. O dono, o brasileiro Flávio Augusto da Silva, deve ter gasto muito dinheiro, mas com certeza vai faturar muito mais.

É o time da moda e, se souber aproveitar isso, uma moda que vai demorar para passar. Meu filho, que tem a camisa do Barcelona e do PSG, já pediu uma do Orlando. Ela vai estar lá no armário em breve, ao lado da camisa dos outros gigantes. Se bobear, compro uma para mim também.