Grávida e mãe de filhos deficientes vive o desespero de ver marido preso por imigração

Por Gazeta Admininstrator

Por Marisa Arruda Barbosa

Como se a vida de mãe de duas crianças deficientes não fosse difícil o suficiente, a brasileira Osilene Magalhães se vê desesperada depois que seu marido Genário Vitória foi preso no último dia 14 em Dania Beach e encaminhado para a imigração.

Vitória, que está no país sem documento há 12 anos, estava no banco do passageiro com seu chefe quando uma pessoa bateu em seu carro. O acidente não foi grave e ele aguardava no carro enquanto os motoristas conversaram com a polícia, até que um policial veio e lhe pediu identificação. Ele não só não tinha documentos, como a polícia verificou que Vitória tinha uma carta de deportação em seu nome datada de sete anos atrás, emitida em Massachusetts.

O casal tem dois filhos, um menino de quatro anos e uma menina de três. Além disso, Magalhães, que está no país há oito anos, está grávida de dois meses. O menino tem autismo, e a menina é albina e necessita de tratamento especial, além de usar óculos de 5.5 graus.
O patrão de Vitória tentou convencer policiais de que não o prendessem, contanto sobre sua situação e que ele sempre foi um bom empregado. Mas o policial disse que não podia fazer isso. Vitória trabalhava no momento com instalação de carpetes.

Magalhães diz que recebeu um telefonema para que saísse da casa onde moram, em Deerfield Beach, pouco depois da prisão de seu esposo, e veio a descobrir mais tarde que policiais da imigração foram procurá-la em sua casa. “Acho que algum agente ou alguém ficou tocado pela nossa história e fez isso”, conta. Magalhães está vivendo na casa de uma amiga.
Seus filhos estão em constante tratamento, e tudo indica, segundo Magalhães, que esta gravidez terá complicações. Ela tem consultas médicas agendadas para fazer exames e determinar se a criança terá algum tipo de deficiência, já que já foi constatado que seus outros dois filhos têm problemas genéticos.

“Minha filha já usava lente de dois graus quando tinha nove meses, e agora já está usando 5.5 graus aos três anos”, relata Magalhães. “Os dois precisam de cuidados especiais e tratamentos médicos”.
Agora, além de estar sozinha com a batalha dos filhos e por sua própria saúde, Magalhães vive com medo de também ser deportada e separada de seus filhos.

Processo de deportação

Segundo Magalhães, seu marido receberá a carta para assinar a deportação no dia 21, terça-feira. E ela precisa de ajuda de advogados e da comunidade, para tentar de alguma forma, reverter o procedimento. “Eu imploro por ajuda, pois preciso fazer tratamentos médicos aqui durante a minha gravidez, pois no Brasil existem somente dois estados que têm geneticistas”, diz. “Eu tenho necessidade de ficar aqui”.