Gravidezes frutos de estupros levantam discussão sobre aborto no Chile

Por Gazeta News

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Um novo caso de gravidez de uma menina de 13 anos, estuprada pelo pai, após o depoimento de uma menor de 11 anos em situação similar, levantou a polêmica sobre a proibição do aborto no Chile. As informações são da agência “AFP”.

Maria, 13 anos, sofreu abuso sexual do pai biológico desde os 7 anos. Em outubro, nasceu o filho fruto desse estupro, contou sua mãe, Marcela, à “Televisão Nacional do Chile” (TVN).

As duas decidiram tornar o caso público, depois de verem no noticiário do canal estatal na última semana, o caso de “Belén”, uma menina de 11 anos grávida de 14 semanas. Ela foi violentada pelo padrasto.

O pai de María “fazia tempo que vinha abusando dela, e a ameaçava. Ela não podia dizer nada a ninguém”, contou Marcela, que soube da gravidez da filha quando a levou ao médico. A adolescente apresentava sintomas, cuja origem ela não conseguia identificar.

Ambos os casos reabriram o debate sobre a descriminalização do aborto no país, que o proíbe em todas suas formas, mesmo quando a concepção é fruto de estupro. O aborto terapêutico - em situações de inviabilidade do feto, ou de risco para a vida da mãe - foi permitido no país até 1989, quando a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) aboliu a prática.

Desde então, o Congresso não consegue chegar a um consenso sobre o aborto terapêutico no Chile, país com grande influência da Igreja Católica. Foi apenas em 2004, por exemplo, que o divórcio foi aprovado.