Um grupo de brasileiros impedidos de entrar no território espanhol nos últimos dias, chegou na manhã desta sexta-feira (7), ao aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo). O caso teve repercussão devido ao tratamento que dois estudantes disseram ter recebido no aeroporto --eles afirmaram que ficaram horas impedidos de se alimentar ou telefonar. E não foi o primeiro. No último dia 10 de fevereiro, a estudante da USP Patrícia Camargo Magalhães, 23, também foi barrada por "falta de documentação”.
Segundo o cônsul-geral do Brasil em Madri, Gelson Fonseca, mais de dez brasileiros são impedidos de entrar na Espanha, diariamente. Só em fevereiro, foram 450. Para Fonseca, o problema é que, por falta de informação, os brasileiros descumprem os requisitos para entrar nos países do acordo de Schengen.
Toda a situação provocou um mal-estar entre Brasil e Espanha. Ontem (6), o embaixador da Espanha no Brasil, Ricardo Peidró, foi convocado pelo Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, para discutir o assunto com o vice-chanceler, Samuel Pinheiro Guimarães, que está no lugar do ministro Celso Amorim, em viagem à República Dominicana.
Peidró afirmou que os dois estudantes barrados anteontem não cumpriam os requisitos para entrar no país.
Da República Dominicana, Amorim afirmou que a atitude da Espanha é "desagradável" e "incompatível com o status de segundo investidor do Brasil". "Você não pode comer o bolo todo o tempo inteiro. Tem que haver reciprocidade, tem que ter tolerância. Afinal de contas, a União Européia não prega a tolerância?"

