O juiz Sérgio Moro, responsável pela maior parte dos processos da Operação Lava Jato na primeira instância, foi alvo de um protesto nesta segunda-feira, 6, antes de fazer uma palestra na Universidade Columbia, em Nova York.
A palestra de Moro teve um atraso de 12 minutos em razão de protestos de manifestantes que levaram cartazes e gritaram palavras contra o comportamento do juiz na condução da Lava Jato.
Um protesto de professores e estudantes do lado de fora da universidade também criticava o evento.
Nancy Fraser, professora de Filosofia da New School University, que realiza o evento em conjunto com outras entidades, como a Fundação Lemann, de Jorge Paulo Lemann, declarou que “o evento não foi um debate universitário, mas representou apenas um lado”, disse.
Duas cartas abertas, uma de alunos e professores, e outra do movimento "Defend Democracy in Brazil", foram distribuídas a participantes. Moro esclareceu que as investigações que vêm sendo realizadas no Brasil contra a corrupção no meio político e empresarial possibilitarão o fortalecimento das instituições e reforçarão na sociedade a aversão contra o comportamento de pessoas públicas que descumprem a lei.
Moro atribuiu os boatos espalhados na internet de que seria um agente da CIA (órgão de inteligência do governo norte-americano) a uma "teoria da conspiração", que busca tirar do centro do debate político os efeitos positivos das investigações.
Durante a palestra, Moro fez uma análise de toda a trajetória da operação, desde o seu início, em 2014. Para os manifestantes, Moro tem atuado sem a imparcialidade que se exige dos juízes. Questionado sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal de deixar com o ministro Edson Fachin os processos da Lava-Jato que estavam com Teori Zavaski, morto em acidente aéreo mês passado, ele afirmou que não tem condições de avaliar um ministro do Supremo, mas disse que ficou feliz com a escolha.
O juiz também considerou infundadas as críticas segundo as quais a Lava Jato tem prejudicado a economia brasileira por envolver grandes empresas que geram investimentos e empregos. Ele disse que, se os investimentos forem planejados com essa noção de que não há corrupção, os recursos provenientes dos lucros das empresas vão ser dirigidos "para combater a miséria", e não para o pagamento de propinas.
O seminário foi promovido pela Universidade de Columbia e pela New School for Social Research e contará também com uma palestra da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia. amanhã , dia 7.
Com informações de Agências.