Guardiões da lei ou guardiões de seus bolsos?

Por Jamil Hellu

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Não é de agora que o povo brasileiro é vítima dos desmandos de seus governantes, nestes se incluindo todos os três poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário.

Há mais de um século, o imortal Ruy Barbosa, entre inúmeras outras, cravou a célebre frase: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto...”

Hoje, mais do que nunca, oportuníssima. O Brasil atravessa uma das mais sérias crises de toda a sua história, não somente política, administrativa, econômica, mas, pior, a moral.

Com os poderes Executivos - de um simples funcionário a um presidente da República - e do Legislativo - de um desconhecido vereador ao presidente do Congresso - quase todos estão enlameados pelas mais diferentes formas delituosas.

Daí, esperava-se a intervenção do Judiciário, com o seu poder de guardião e aplicador das leis e dado a gravidade do momento que o país atravessa, “passá-lo a limpo”. Ledo engano, falsa esperança.

Pois, que se vê, não importa a instância, seja de uma pequena Comarca ao STF, se notam magistrados incompetentes, muitos desonestos e injustos, lerdos e frouxos para julgar, mas vorazes e ágeis para com os seus bolsos. Infelizmente, a mais alta corte de Justiça, na qual o povo depositava esperanças como uma “tábua de esperança”, o STF, que, todavia, com a sua atual composição, tem mostrado a sua verdadeira “cara”. Judiciário este onde os seus magistrados, além de seus supersalários, têm duas férias anuais, feriados que “emendam” de quinta-feira a domingo, auxílio moradia, inclusive para aqueles que têm residências, etc. Dane-se o país. O povo que se “lixe”

Ainda, vergonhosas as “negociatas” do detentor do mais alto posto no Poder Judiciário, o famigerado Ricardo Levandowski com o Executivo e com o Legislativo, visando um aumento salarial para todos os componentes daquele poder. Aumento que, enfim, foi aprovado “na calada da noite” com o índice vergonhoso de 16.38%, num momento em que o país está “quebrado”, faltando verbas até para a compra de um comprimido analgésico. Aumento que, beneficiando também a outros segmentos, causará um rombo de R$ 119 bilhões aos cofres públicos. Felizmente, este lamaçal não respinga a todos, apesar de poucas serem as exceções.

O destemido juiz paranaense, Sérgio Moro, com as suas decisões, é uma das raras dentro do Judiário.

Deve-se destacar ainda o pedido feito pelo juiz Luiz Guilherme Marques, da Comarca de Juiz de For a(MG), para abrir mão daquele escandaloso aumento salarial. Mas, pasmem, o TJ de Minas Gerais indefiriu o pedido com a justificativa de ser este “irrenuciável”.