Guerra no Iraque comemora 3 anos com novas denúncias de tortura

Por Gazeta Admininstrator

No mesmo dia em que milhares de manifestantes tomaram as ruas em todo o mundo em protesto contra o terceiro aniversário da invasão iraquiana, novas denúncias de abusos cometidos pelos soldados americanos no Iraque, são publicadas em reportagem do jornal The New York Times.

Ela revela que, no começo de 2004, uma tropa de elite do exército dos EUA transformou a base de Camp Nama, nos arredores de Bagdá, que servia o exército de Saddam Hussein, num centro de tortura ultra-secreto.

Situado perto do Aeroporto Internacional de Bagdá, o local era a primeira parada para muitos insurgentes a caminho da prisão de Abu Grhaib, que fica a alguns quilômetros dali. O centro de Nama ficou conhecido no alto escalão militar dos EUA pelas atrocidades cometidas em um dos cômodos batizado de “Sala Negra”. No quarto sem janelas, inteiramente preto e do tamanho de uma garagem residencial, alguns soldados espancavam prisioneiros com o cabo de rifles, gritavam e cuspiam no rosto deles.

De acordo com o NYT, prisioneiros no Campo Nama freqüentemente eram confinados durante semanas na Sala Negra, sem acusação formal ou acesso a advogados. Às vezes, detentos eram usados como alvo em jogos de paintball entre carcereiros.

Cartazes colocados por soldados na área de detenção aconselhavam: “sem sangue, sem delito”. O slogan, segundo um alto funcionário do Departamento de Defesa, refletia um adágio adotado pelos chefes carcereiros: “Se você não os faz sangrar, eles não podem processar por isso”.

Essa nova denúncia relata até onde os militares maltrataram prisioneiros meses antes e depois de as fotografias dos abusos cometidos em Abu Ghraib terem vindo a público, em abril de 2004.

Esses novos acontecimentos fizeram com que aumentasse os protestos em várias partes do mundo. Na Coréia do Sul, Espanha, Japão, Inglaterra, Brasil e mesmo em cidades americanas como Washington, Nova York e Chicago foram constatadas manifestações contra a invasão norte americana.